A Rússia testou a própria rede de internet com ligação global e funcionamento a nível nacional, anunciou o governo, garantindo que a maioria dos utilizadores não detetou quaisquer diferenças.

O resultado dos testes vai ser apresentado ao presidente russo, Vladimir Putin.  A agência noticiosa Pravda reportou que o chefe do Ministério das Comunicações confirma que os testes decorreram conforme o planeado. “Os resultados dos exercícios demonstraram que, em geral, tanto as autoridades como os operadores estão prontos para responder eficazmente a riscos e ameaças e a assegurar o funcionamento estável da internet e da rede de telecomunicações”, disse Alexey Sokolov.

Segundo a BBC News, alguns especialistas estão preocupados com a tendência de desmantelamento da rede global da internet: “Infelizmente, a decisão russa é mais um passo para a destruição da internet“, disse Alan Woodward, professor e cientista de computação na Universidade de Surrey. “Os países autoritários que querem controlar os que os cidadãos visualizam, já o fazem”, continuou, acrescentando ainda que estas medidas limitam o “acesso ao diálogo sobre o que se passa na própria nação” e que os mantém “na sua própria bolha”.

A nova política pode vir a condicionar a liberdade de expressão, mas, de acordo com o que um especialista em cibersegurança disse à BBC, os técnicos russos depararam-se com alguns problemas. “O governo russo teve alguns desafios técnicos na tentativa de aumentar o controlo online, sendo que foi incapaz de descodificar a encriptação da aplicação de mensagens Telegram”, garantiu Justin Sherman.

A Rússia segue agora o exemplo de países como a China — em que o acesso aos serviços de muitos países estrangeiros está bloqueado — e o Irão, onde a Rede Nacional de Informação controla todo o conteúdo e limita a informação exterior.

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