Primeiro o PCP, depois o PAN, já esta manhã o Bloco de Esquerda antecipou-se aos Verdes para anunciar a abstenção que dava a garantia ao governo que o orçamento será aprovado na generalidade na sexta-feira (depois dos anúncios de quarta-feira, as contas estavam a um deputado de distância para a aprovação da lei do Orçamento do Estado, na generalidade). A conferência de imprensa dos Verdes até sofreu uns ajustes no horário, não fosse coincidir com a hora a que o BE anunciava o seu sentido de voto. Mas o partido que vai a eleições coligado com o PCP acabou por revelar que iria abster-se também, sem grandes surpresas.

E também tal como com os outros partidos, houve o anúncio e um aviso. O deputado José Luís Ferreira frisou que “a abstenção na generalidade em nada compromete o sentido de voto dos Verdes na votação final global do Orçamento do Estado”. Para Os Verdes esta abstenção equivale a “uma oportunidade para o PS poder refletir e perceber as reais necessidades do país e dos portugueses”.

Será mais um partido a sentar-se na especialidade com um caderno de exigências que espera ser atendido: combate às alterações climáticas; combate às assimetrias regionais; maior investimento nos transportes públicos e maior justiça fiscal. Os quatro eixos destacados pelo líder parlamentar dos Verdes que, afirmam, ainda não viram o governo incluir no Orçamento do Estado nenhuma das suas propostas em concreto, mas apenas “umas migalhas”. “No Orçamento do Estado, o governo teve em conta migalhas do que são as nossas pretensões. Na eficiência energética, no reforço de verbas para agricultura biológica, na proteção da floresta, por exemplo, mas em relação ao conjunto das propostas que vamos apresentar em sede de especialidade, nada”, afirmou o deputado.

José Luís Ferreira repetiu que este é um “orçamento de continuidade na forma como o governo olha para as contas do défice”. “Havendo margem para uma real valorização dos salários e pensões; para o investimento nos serviços públicos; para encarar de frente o desafio ambiental, o PS prefere fazer bonito a Bruxelas em vez de dar resposta aos problemas do país”, disse.

Além das abstenções, PSD e Chega já anunciaram a intenção de votar contra o Orçamento do Estado, ainda que na bancada do PSD os votos dos deputados da Madeira não estejam garantidos. No dia em que arranca o debate na generalidade do documento, falta apenas conhecer-se a intenção de voto do Livre, que com uma deputada única não terá qualquer efeito nas contas finais para a aprovação do Orçamento do Estado na sexta-feira.

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