Histórico de atualizações
  • Três anos e meio depois, eles saíram mesmo

    E antes de encerrar este liveblog, aqui fica o resumo de um dia histórico, que ficou marcado pela sobriedade dos principais líderes. Nas ruas, as reações oscilaram entre a celebração e a vigília. Aquilo de que não há dúvidas é que nada será igual daqui para a frente entre o Reino Unido e a UE.

    Três anos e meio depois, eles saíram mesmo. E nada voltará a ser como dantes

    A cobertura do Observador fica por aqui. Obrigada por ter estado connosco!

  • Grã-Bretanha e a construção da UE no dia do adeus

    Para ajudar a compreender como chegámos aqui, o Observador publica neste dia histórico um ensaio de Bruno Cardoso Reis, historiador e especialista em segurança e estratégia.

    A Grã-Bretanha e a construção da União Europeia na hora da despedida

    Bruno Cardoso Reis é comentador regular de política europeia no Café Europa da Rádio Observador e de política global no twitter, em @bcreis37. Viveu alguns anos na Grã-Bretanha onde fez o seu mestrado na Universidade Cambridge e o doutoramento no King’s College de Londres. Neste ensaio, o historiador argumenta que só se pode compreender o que aí vem conhecendo o passado da relação entre Reino Unido e União Europeia. O melhor é mesmo ler para saber quais os principais momentos que marcaram essa relação e o que significam hoje.

  • Marcelo Rebelo de Sousa fala em "perda" com saída do Reino Unido

    O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez uma nota sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, destacando três ideias-chave: a de que há um sentimento de perda com a saída dos britânicos, a de que o acordo que terá ainda de ser negociado será um desafio e a de que, do ponto de vista histórico, o Brexit não é o fim para as relações entre o Reino Unido e Portugal.

    “Perda, porque perde a União Europeia e perde o Reino Unido com esta saída e perdem muito mais do que, porventura, muitos pensaram ou pensam. Desafio, porque há um acordo a fechar e faz toda a diferença haver esse acordo de saída e ele ser portador de esperança de futuro”, escreve o Presidente da República numa nota publicada no site da presidência.

    “A História não acaba hoje. Tal como não começou no dia da entrada do Reino Unido nas Comunidades Europeias. Muitos séculos antes desse dia, já Portugal tinha como aliado a Inglaterra, relação que sempre se manteve e se manterá no futuro. E durante quase duas décadas, o Reino Unido viveu fora do que viria a ser a União Europeia”, aponta Marcelo.

    O Presidente da República acrescenta ainda: “Por isso, o mais importante são os vinte e sete Estados da União Europeia saberem, unidos, trabalhar para a futura parceria com o Reino Unido, tentando atenuar o custo da separação e abrir caminho para que a História, sempre de contornos imprevisíveis, vá encontrando novas formas de encontro entre duas realidades que são ambas europeias”, sublinhando que Portugal estará “na primeira linha dessa nova tarefa”.

  • UE reage à saída com desejos de "cooperação muito próxima" com os britânicos

    A primeira reação oficial vem do representante da política externa europeia, o espanhol Josep Borrell, que mantém o tom cortês. “O Reino Unido irá continuar a ser um parceiro-chave para a União Europeia”, declarou. “Mal posso esperar por aquilo que espero vir a ser uma cooperação muito próxima com os nossos amigos britânicos nos nossos desafios comuns a nível regional e global.”

  • O vídeo da celebração em Westminster

    E na praça do Parlamento foi assim que se recebeu o Brexit:

  • Mais Sanchos, menos Fàbregas e o resto seja o que o 10 de Downing Street quiser: o Brexit no futebol

    A criação da Premier League foi o primeiro passo para a principal competição de Inglaterra tornar-se também a mais mediática na Europa mas a construção dos degraus até à consolidação desse estatuto envolveu outras apostas às vezes secundarizadas mas que tiveram uma natural importância. Exemplo paradigmático disso mesmo? A rede de olheiros que os principais clubes britânicos construíram sobretudo no sul da Europa e que confirmavam, ou não, as indicações que chegavam dos jogos das seleções mais jovens. Foi dessa forma que, sem sucesso, chegaram ao Chelsea dois jogadores juvenis do Sporting, Fábio Ferreira e Ricardo Fernandes. Foi dessa forma que, com sucesso, chegou ao Arsenal Cesc Fàbregas e ao Manchester United Gerard Piqué, ambos do Barcelona.

    O Brexit terá o seu período de transição mas, a partir de 1 de janeiro de 2021, Fàbregas não iria com 16 anos para o Arsenal como fez em 2003 nem Piqué iria com 17 anos para o Manchester United em 2004. Essa é, para já, uma das poucas certezas que se conseguem ver numa Premier League com mais dúvidas do que certezas.

    Em paralelo, a probabilidade de um Jadon Sancho rumar com 17 anos do Manchester City para o B. Dortmund será menor. Mas aí dependerá mais de uma decisão que sairá do próprio futebol do que do governo – a não ser que os acordos falhem e também essa questão vá parar ao número 10 de Downing Street.

    Mais Sanchos, menos Fàbregas e o resto seja o que o 10 de Downing Street quiser: o Brexit na Premier League

  • Brexit às 23h

    São 23h e é agora oficial: o Reino Unido saiu da União Europeia. Três anos e meio depois do referendo que ditou a preferência pela saída, os britânicos deixam de fazer formalmente parte do clube europeu.

  • "O momento mais importante da História moderna" do Reino Unido, diz Farage

    Nigel Farage está agora mesmo a discursar na praça do Parlamento, em Westminster, aos Brexiteers que ali se juntaram para festejar. “Vamos celebrar esta noite, porque sabemos que este é o momento mais importante da História moderna da nossa grande nação”, sentenciou.

    O ambiente em Westminter é de festa, com centenas de pessoas concentradas na praça, prontas para receber o Brexit de braços abertas. A certa altura chegou a tocar a música “Final Countdown“, um êxito da banda chamada… Europe.

  • Vale de Almeida defende necessidade de "relação coesa" entre britânicos e europeus "num mundo volátil"

    João Vale de Almeida, o português que irá representar daqui para a frente a União Europeia (UE) no Reino Unido, sublinha que, apesar da negociação difícil que se avizinha, as duas partes têm “valores e interesses estratégicos comuns”.

    Em declarações à RTP a partir da praça do Parlamento, Vale de Almeida explicou quais serão as suas responsabilidades como embaixador da UE em Londres: “Representar diplomaticamente a UE, coordenar a ação com os 27 Estados-membros, acompanhar a aplicação do Acordo de Saída, nomeadamente os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido, e participar na negociação do novo acordo”, resumiu.

    “Nós partimos para esta negociação a defender os interesses europeus, mas sabendo que, num mundo volátil, é bom termos uma relação coesa entre Reino Unido e União Europeia”, sublinhou. “Temos valores comuns e interesses estratégicos comuns com o Reino Unido.”

  • A contagem decrescente em Downing Street

    Entretanto, aqui fica uma imagem da contagem decrescente que está projetada em Downing Street. Neste momento, faltam cerca de 40 minutos para se oficializar o Brexit.

  • "Isto não é o fim, é o princípio". A mensagem de esperança de Boris Johnson à beira da saída

    Boris Johnson discursou aos britânicos às 22h, uma hora antes da saída oficial do Reino Unido da UE.

    “Hoje saímos da União Europeia. Para algumas pessoas este é um momento de esperança, que achavam que não ia acontecer. E é muitos, é claro, que têm um sentimento de ansiedade e perda. E há um terceiro grupo — talvez o maior de todos — que começava a temer que a trapalhada política nunca tivesse fim. Compreendo todos esses sentimentos”, começou por dizer o primeiro-ministro, no discurso pré-gravado em que se dirige à nação a propósito da saída da UE.

    “Isto não é o fim, é o princípio. É o momento em que rompe a aurora e a cortina sobe para um novo ato na grande peça de teatro nacional”, aponta. “E sim, significa aproveitarmos esta soberania recapturada.”

    “Esta é a coisa democrática a fazer”, afirma. “Este é potencialmente um momento de grande renovação nacional.” O primeiro-ministro aproveitou para elencar objetivos para o país, como o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde, o combate ao crime, a melhoria do sistema de educação e a procura da sustentabilidade. “Sei que podemos transformar esta oportunidade num sucesso tremendo.”

  • Contagem decrescente para o Brexit em frente ao Parlamento britânico

    Quando falta pouco mais de duas horas para a saída e pouco mais de uma hora para o discurso de Boris Johnson à nação, em Westminster há quem já festeje. À falta de se ouvirem as badaladas do Big Ben (que está em obras), há substitutos entre a multidão.

  • Enfim, o Brexit. Reveja a longa-metragem protagonizada por Cameron, May e Boris

    A história começou a escrever-se há 3 anos e meio e termina esta sexta-feira. Entre avanços e recuos constantes, Cameron, May e Boris Johnson protagonizaram a longa-metragem que consumou o Brexit.

  • Mais uma bandeira britânica arriada, agora no Parlamento Europeu

    Depois da representação britânica em Bruxelas e do edifício do Conselho da UE, agora é a vez da bandeira britânica que estava no exterior do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, ser retirada.

  • Bandeira britânica retirada de outro edifício da UE

    No edificio do Conselho da UE, em Bruxelas, também já foi retirada a bandeira britânica.

  • Sinn Féin prevê referendo à separação da Irlanda do Norte "dentro de cinco anos"

    Grupos de ativistas reuniram-se esta sexta-feira na fronteira entre as duas Irlandas para protestar contra o Brexit e alertar o governo de Londres de que “a luta continua”. No dia em que o Reino Unido sai da União Europeia (UE), grupos de manifestantes organizaram-se em pontos de passagem entre a República da Irlanda (que continua a fazer parte da UE) e a Irlanda do Norte (que pertence ao Reino Unido), exibindo cartazes e faixas com mensagens de protesto.

    Nas manifestações marcaram presença diversos partidos da Irlanda do Norte, incluindo o Sinn Féin, antigo braço político do já inativo Exército Republicano Irlandês (IRA), assim como representantes da comunidade nacionalista católica.

    Mary Lou McDonald, presidente do Sinn Féin, insistiu na mensagem de que o Brexit deve unir as diferentes identidades que coexistem na Irlanda do Norte e cujo eleitorado votou contra a saída do Reino Unido, no referendo de 2016. De acordo com a líder dos nacionalistas, muitos cidadãos da Irlanda do Norte que se consideram britânicos ou unionistas (pró-união com o Reino Unido) pensam que a reunificação da Irlanda é “a única e melhor forma” de permanecer no bloco comunitário. “Isso fica demonstrado pelo facto de um número sem precedentes de pessoas estar a meter papéis para obter o passaporte irlandês. Eles fazem isso para proteger os seus interesses, porque percebem que esses interesses são melhor atendidos numa nova Irlanda que faz parte da União Europeia”, explicou McDonald.

    A líder nacionalista lembrou ainda que o acordo de paz da Sexta-feira Santa, o texto que encerrou o conflito irlandês em 1998, contempla a possibilidade de Londres convocar um referendo sobre reunificação, o objetivo histórico do movimento Sinn Féin. “Embora alguns o sugiram, não estou a dizer que realizaremos esse referendo amanhã ou no próximo mês. Mas quero deixar claro que [a realização do referendo] será realista e viável dentro de cinco anos”, concluiu McDonald.

    Além dos protestos nas áreas de fronteira, os ativistas também se manifestarão esta noite em Belfast, antes da Assembleia Autónoma da Irlanda do Norte, sede do governo de poder compartilhado entre protestantes e católicos. “Estamos preocupados com o facto de o povo da Irlanda do Norte que mora na fronteira ter direitos diferentes dos que estão a 50 metros daqui. Não teremos acesso no futuro aos direitos que temos agora como cidadãos da União Europeia”, lamentou Declan Fearon, um dos ativistas.

    Estas posições explicam o que foi escrito nos cartazes nas manifestações, onde se pode ler que “a luta continua” e que a Irlanda do Norte “manterá a oposição ao ‘Brexit’”. “Nem o povo nem os seus representantes políticos deram consentimento para Irlanda do Norte deixar a União Europeia hoje”, avisa Mary Lou McDonald.

    O Partido Democrata Unionista (DUP), maioritário na comunidade protestante, defendeu desde o início do processo o rompimento com Bruxelas, mas também não está satisfeito com o acordo de saída que Londres e Bruxelas concordaram. Os unionistas temem que, para manter aberta a fronteira entre as duas Irlandas – chave para a paz e para as suas economias – a Irlanda do Norte possa ter um estatuto diferente do resto do Reino Unido, o que, na sua perspetiva, colocaria em risco a sua integridade territorial.

    (Agência Lusa)

  • Macron classifica Brexit como "sinal de alarme" para a Europa

    O Presidente francês, Emmanuel Macron, também fez uma declaração ao país sobre o Brexit, que classificou de “sinal de alarme” para toda a União Europeia.

    “Hoje, à meia-noite [23h em Lisboa], pela primeira vez em 70 anos, um país irá abandonar a UE. É um sinal de alarme histórico que deve ser ouvido em cada um dos nossos países”, alertou o chefe de Estado de França.

  • Boris Johnson: "Hoje iniciamos um novo capítulo na História do Reino Unido"

    O primeiro-ministro Boris Johnson esteve reunido com os membros do seu governo num Conselho de Ministros especial, realizado em Sunderland, local onde 61% dos eleitores votaram a favor do Brexit.

    Ali, segundo o seu porta-voz, dirigiu-se assim aos colegas: “Hoje iniciamos um novo capítulo na História do Reino Unido, virando a página da divisão dos últimos três anos e meio e avançando a todo o vapor para unir a nação e dar oportunidades iguais a todos, em todo o país.”

    Para além disso, o porta-voz confirmou que Boris disse aos seus ministros que os negociadores britânicos tentarão alcançar um acordo com os europeus semelhante ao Acordo de Livre Comércio que está atualmente em vigor entre o Canadá e a União Europeia.

    O Conselho de Ministros reunido em Sunderland, no dia 31 de janeiro de 2020, dia do Brexit (Paul Ellis – WPA Pool/Getty Images)

  • Theresa May diz "cumprimos"

    A antiga primeira-ministra Theresa May pronunciou-se há pouco sobre o Brexit no Twitter. “Às 11h da noite de hoje, o Reino Unido irá abandonar a União Europeia”, escreveu a ex-líder do Partido Conservador. “Depois de mais de três anos, podemos finalmente dizer que cumprimos o resultado do referendo de 2016 e preservámos a fé do povo britânico.”

  • Bandeira de representação britânica em Bruxelas é arriada

    Em Bruxelas, no edifício da representação britânica na Comissão Europeia, já foi arriada a bandeira do Reino Unido e removida através de uma janela, sem cerimónia.

    A representação britânica em Bruxelas passará a chamar-se daqui para a frente “Missão britânica na União Europeia”.

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