Está a ser discutida pela segunda vez em Orçamento de Estado a contratação de 25 intérpretes de língua gestual portuguesa para o Serviço Nacional de Saúde. Tudo indica que a medida será aprovada na votação da tarde desta segunda-feira, feita na especialidade.

É a segunda vez que o Partido Animais e Natureza propõe contratar estes profissionais. No Orçamento de Estado para 2019, a medida foi aprovada por unanimidade, mas a maioria dos hospitais acabou por não fazer qualquer contratação. Todos os contactados pelo Observador confirmaram isso mesmo — com exceção do Algarve, que não respondeu.

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Ao Observador, Bebiana Cunha, deputada do PAN, explica que a proposta foi acolhida pelo governo e vai ser concretizada, porque “se o governo nos diz que sim, o Partido Socialista também acompanhará”. No debate na generalidade, o PAN já teria confrontado o Ministro das Finanças, Mário Centeno, que garantiu que “este ano é que era”.

25 intérpretes distribuídos por 25 áreas geográficas

Os 25 intérpretes de língua gestual serão distribuídos por 25 áreas geográficas que podem cobrir hospitais e centros de saúde. Esta contratação corresponderá ao que o PAM considera ser “uma primeira resposta”. Depois, há que “fazer uma avaliação para perceber se serão suficientes para dar resposta às necessidades existentes ou se teremos de contratar mais”.

Como a Direção Geral de Saúde já tinha explicado ao Observador, para que haja contratação, a verba terá de ser disponibilizada pelo governo, mas a decisão final será sempre das administrações das estruturas hospitalares. O PAN acredita que houve falta de informação e divulgação para que em 2019 não se avançasse com nenhuma contratação.

“Daquilo que tem sido o nosso diálogo com administrações, sim, há necessidade. E, se houver a possibilidade de contratar, fá-lo-ão”, garante Bebiana Cunha.

Para a deputada, esta medida faz parte de um pacote de “respostas estruturais” para o SNS, para evitar que se mantenha a sucessão de “remendos” dos problemas.