O navio porta-aviões francês Charles de Gaulle irá regressar a França este domingo, depois de 50 marinheiros que seguiam a bordo terem testado positivo para o novo coronavírus. A informação foi confirmada esta sexta-feira pelo Ministério da Defesa francês, que anunciou que todos os tripulantes serão colocados em quarentena em instalações militares.

“As várias dezenas de casos de Covid-19 dentro do porta-aviões e e na sua escolta justificam medidas específicas como o regresso dos marinheiros a França”, anunciou o Ministério em comunicado. “Irão depois passar uma quinzena em instalações militares, antes de poderem regressar às suas casas.”

Três dos tripulantes, contudo, foram retirados do navio mais cedo, na manhã de quinta-feira, “por precaução”, segundo explica a France 24. Os homens em causa foram transportados para o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, já que o navio estaria próximo de Portugal à altura. Daí foram transferidos para o Hospital Militar Sainte-Anne, em Toulon (França).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas ninguém consegue ainda explicar como é que 50 dos 1.760 tripulantes que seguiam a bordo do Charles de Gaulle ficaram infetados com o novo coronavírus. A última vez que o navio teve contacto com o exterior foi entre 13 e 15 de março, durante uma paragem técnica em Brest, no norte de França. Contudo, os primeiros casos só foram diagnosticados três semanas mais tarde, um período bem mais alargado do que os habituais 14 dias de incubação da doença, como aponta a BFMTV.

“O objetivo agora é o de identificar o circuito de contaminação e apoiar o protocolo para limitar a propagação do vírus”, explicou o Ministério da Defesa francês, que enviou para o porta-aviões uma equipa com epidemiologistas assim que soube que havia marinheiros com sintomas semelhantes aos da Covid-19. O circuito epidemiológico continua, de facto, a ser um mistério, com o porta-voz da Marinha francesa, Eric Lavault, a confessar à Agência France-Press não compreender o que se passou: “Não consigo identificar nenhum erro de avaliação”, resumiu.

O Charles de Gaulle é o segundo porta-aviões a detetar casos do novo coronavírus a bordo. Antes dele, já o norte-americano USS Theodore Roosevelt, estacionado no Pacífico, detetou 416 casos a bordo.