Mavi Doñate, a correspondente da estação espanhola TVE em Pequim, na China, recorreu ao Twitter para denunciar a censura que as autoridades chinesas lhe impõem. Doñate está “farta” de não poder relatar livremente o desenvolvimento da pandemia de Covid-19, que teve origem neste país. “Obrigam-nos a apagar tudo”, acusa.
A jornalista tem sido a cara da TVE na China e, nos últimos meses, tem relatado desde o país comunista o desenvolvimento do novo coronavírus. Este fim-de-semana escreveu na rede social: “Hoje reconheço-me exausta, farta, cansada e zangada por não nos deixarem gravar nada”.
Doñate recorreu à rede social para expor constrangimentos que vive no seu trabalho. “Onde quer que vamos gravar, acabamos cercados por 10 polícias. Mostramos a documentação 20 vezes e eles fazem com que apague tudo … Não sabem o quanto custa para ter uma história própria”, acusa.
A situação aconteceu, conta Doñate, porque a jornalista queria filmar uma fila de chineses que aguardavam por fazer o teste à Covid-19 junto a um mercado onde ocorreu um novo surto. “Explicamos que é uma coisa positiva. Não importa… É impossível trabalhar”, expõe. Juntamente com a publicação, Doñate deixou também uma imagem na qual é possível ver a jornalista a ser questionada pela polícia.
Pequim diagnosticou oficialmente mais de cem casos desde a sexta-feira passada após um novo surto ter sido detetado no principal mercado abastecedor da capital. Depois de mais 50 dias sem novos casos oficiais de infeção local, as autoridades chinesas estão agora focadas em Pequim.