O presidente do PSD, Rui Rio, quer saber em que moldes será feita a redução da lotação máxima da Festa do “Avante!”, que vai ser realizada em setembro apesar da pandemia da Covid-19, e pediu “coerência” ao Governo.
“Se reduzirem a lotação máxima (100.000 pessoas) em 50%, ela passará a corresponder ao Estádio do Porto ou do Sporting completamente cheios”, escreveu Rui Rio numa mensagem publicada na noite de terça-feira no Twitter.
Se reduzirem a lotação máxima (100.000 pessoas) em 50%, ela passará a corresponder ao Estádio do Porto ou do Sporting completamente cheios.
Aguardo com expectativa qual será a anunciada redução que o Governo irá fazer, em coerência com a sua obrigação de defesa da saúde pública. https://t.co/eYzzvpUlfH— Rui Rio (@RuiRioPT) August 12, 2020
“Aguardo com expectativa qual será a anunciada redução que o Governo irá fazer, em coerência com a sua obrigação de defesa da saúde pública“, acrescentou o líder social-democrata.
PCP acusa Rui Rio de “má-fé e desonestidade política”
Em resposta às declarações de Rui Rio, o PCP divulgou um comunicado a acusar o líder social-democrata de “má-fé e desonestidade política”, afirmando que a área do terreno onde decorre o festival não é comparável a um estádio de futebol.
“Há afirmações tão ridículas que só podem assentar numa aversão sem limites ao PCP e à sua luta pelos direitos dos trabalhadores e do povo”, lê-se no comunicado.
“Comparar lotações de estádios de futebol fingindo ignorar a diferença de área desses espaços com o terreno da Festa do ‘Avante!’, que é cerca de 20 vezes maior, só pode ser compreendido por má-fé e desonestidade política subjacentes aos tiques da conhecida intolerância democrática desta pessoa”, acrescenta a nota.
Apesar de os festivais de música terem sido cancelados este ano devido à pandemia da Covid-19, a Festa do “Avante!” vai mesmo ser realizada no início de setembro.
Na conferência de imprensa desta segunda-feira, a ministra da Saúde afirmou que a Direção-Geral da Saúde ainda está a definir as regras concretas que serão aplicadas ao evento organizado pelo Partido Comunista Português, sublinhando que ainda está à espera de respostas que foram feitas à organização.
Contudo, Marta Temido deixou uma garantia: embora a lotação máxima do espaço onde o festival se realiza seja de 100 mil pessoas, a capacidade terá de ser reduzida. Porém, não foram dados detalhes sobre como vai ser feita essa redução.
Depois de a pandemia ter obrigado ao cancelamento de todos os festivais de música que habitualmente ocupam grande parte do verão português, surgiu a discussão sobre o que aconteceria à Festa do “Avante!”, realizada em setembro e com uma componente central muito semelhante a um festival de música.
Desde o início da discussão, o PCP argumentou que a Festa do “Avante!” não é um festival de música, mas sim atividade política — logo não abrangida pelo cancelamento dos festivais. Esse argumento foi aceite pelo primeiro-ministro, António Costa, que chegou a dizer: “Não nos passa pela cabeça proibir atividade política”.
Artigo atualizado às 11h42 com a reação do PCP