O presidente norte-americano Donald Trump admitiu que está a ponderar perdoar Edward Snowden, o denunciante que revelou em 2013 os esquemas de espionagem e vigilância levados a cabo pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dentro e fora dos Estados Unidos.

Numa entrevista ao The New York Post na semana passada, Donald Trump já tinha notado que “há muita gente que acha que ele não está a ser tratado com justiça” pelas autoridades norte-americanos. “Parece um tema fraturante. Muitas pessoas acham que ele devia ser tratado de forma diferente, de alguma maneira. Outras pessoas pensam que ele fez coisas muito más”, descreveu.

Este sábado, durante uma conferência de imprensa, foi ainda mais longe, conta a Reuters. Questionado sobre se consideraria perdoar Snowden pelas violações à Lei da Espionagem, o presidente respondeu: “Vou começar a olhar para isso”, abrindo portas que há sete anos pareciam completamente fechadas, quando o agora líder norte-americano afirmou que “um espião devia ser executado”.

A suavização do discurso de Trump não demove Snowden, ex-funcionário da NSA e ex-administrador de sistemas da Agência Central de Vigilância (a secreta americana CIA), para quem o perdão não basta. O governo americano tem de absolver Edward Snowden de todos os crimes de que está indiciado, afirmou Anatoly Kucherena, o advogado russo dos Estados Unidos, à agência RIA: “Ele estava a agir não apenas no interesse dos cidadãos americanos, mas no interesse de toda a humanidade”.

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