A batalha entre a Epic Games, dona de um dos videojogos online mais populares do mundo, o Fornite, e a Apple, a empresa por detrás dos iPhone, iPad e computadores Mac está mais renhida. Como avança o The Guardian, Kevin Gammill, responsável pelo apoio a programadores da consola de jogos da Microsoft, a Xbox, escreveu um parecer a apoiar a Epic Games.

Devido ao diferendo entre as duas empresas, o software Unreal Engine, utilizado em videojogos, foi também banido dos serviços da Apple. Contudo, Gammill afirma: “O Unreal Engine da Epic Games é uma tecnologia crítica para vários criadores de jogos, incluindo a Microsoft. A descontinuação da capacidade da Epic pela Apple de desenvolver e oferecer suporte ao Unreal Engine para iOS ou macOS prejudicará os criadores de jogos e jogadores“.

Ainda no final de junho, Brad Smith, presidente e diretor jurídico da Microsoft, tinha atacado também a App Store. De acordo com Smith, este tipo de lojas de apps cria ainda impedimentos maiores à livre concorrência e ao acesso ao mercado pelo qual o Microsoft Windows era denunciado há 20 anos, quando o gigante informático foi acusado pelas autoridades norte-americanas e europeias de implementar táticas de concorrência desleal e abuso de posição dominante no mercado.

Fortnite apresenta providência cautelar contra a Apple

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O caso do Fortnite levou já a Epic Games a intentar uma providência cautelar, pedindo aos tribunais dos EUA para suspenderem as decisões da Apple. Ao cortar as contas de programadores da Epic Games, a Apple está a dar mais uma machadada à dona do Fortnite porque a impede de atualizar outros softwares de que dispõe, como o Unreal Engine para o iOS, o sistema operativo móvel dos iPhone, ou o macOS, o sistema operativo dos computadores Mac.

Não tendo ficado contente por simplesmente remover Fortnite da App Store, a Apple está a atacar todo o negócio da Epic em áreas que nem sequer estão relacionadas“, alega a Epic.

O problema entre o Fortnite e a Apple começou quando Epic Games anunciou no seu próprio site que criara um sistema de pagamentos diretos à sua empresa, podendo assim contornar a Apple e a Google, que também cobram taxas semelhantes. Por causa disso, o famoso jogo foi banido das lojas de aplicações dos sistemas operativos móveis das empresas.

Em comunicado no mesmo dia, a Apple acusou a Epic Games de ter “violado” de forma “expressamente declarada” as normas da App Store. Contudo, a dona do Fortnite acusa a Apple e a Google de serem “monopolistas”, algo que inúmeros programadores têm alegado nos últimos anos. Por causa disso, o Fornite tem estado banido da App Store e da PlayStore.

A Epic tem aproveitado a visibilidade da discussão para atacar a Apple. Depois de ter criado um vídeo a parodiar o anúncio 1984 da Apple, lançado no mesmo ano, a empresa está a fazer torneios em que o vilão é uma maçã podre (Bad Apple, em inglês).

Depois do Fortnite, o New York Times ataca taxas da Apple

Recentemente, e na sequência desta situação, um grupo de media norte-americano, que inclui jornais como o The New York Times e o The Wall Street Journal, afirmou que quer que a Apple deixe de cobrar 30% de taxas nas subscrições feitas através do seu sistema operativo. No primeiro ano, a Apple cobra a cada serviço na App Store, a loja de aplicações exclusiva da empresa para os seus sistemas operativos MacOs e iOS, uma taxa de 30%. Após um ano, é possível as apps pagarem 15%. Contudo, estes preços podem mais baixos para grandes empresas como a Amazon, alegou este grupo.