Uma das vacinas mais promissoras para a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, produziu uma “resposta imune robusta” nas pessoas com mais de 55 anos, avança esta segunda-feira o Financial Times. Poderá haver vacinas para os grupos de risco em janeiro de 2021 no Reino Unido, acrescenta o jornal.

Os estudos mostraram que a vacina induz duas formas de imunidade a pessoas com mais de 55 anos pelo menos por 56 dias, gerando anticorpos e linfócitos-T, que desencadeiam e aumentam a imunidade em resposta a infeções virais. Em julho, também tinha sido divulgado outro estudo com conclusões parecidas, mas a faixa etária dos participantes situava-se entre os 18 e os 55 anos.

É “um sinal promissor”, de acordo com Jonathan Ball, professor de virologia da Universidade de Nottingham, uma vez o sistema imunitário enfraquece com a idade e dificulta o desenvolvimento de uma vacina que induza uma resposta positiva contra o novo coronavírus a pessoas com mais de 55 anos.

Ainda assim, Ball realça que os estudos da terceira fase não estão terminados. Refira-se também que os testes de imunogenicidade positivos, como este, não são uma garantia de que a vacina seja completamente segura junto a pessoas com mais de 55 anos  — isso apenas será conhecido quando se divulgarem os dados completos do ensaio.

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Fonte oficial do governo britânico ouvida igualmente pelo Financial Times está otimista sobre a vacinação de grupos prioritários, como a dos profissionais de saúde, no início do janeiro de 2021, ainda que possa haver contratempos pelo meio que resultem no seu adiamento.

Ainda assim, na passada quinta-feira, Patrick Vallence, um dos conselheiros científicos do governo britânico na resposta à pandemia, disse em conferência de imprensa que, apesar do desenvolvimento da vacina estar a progredir, apenas esperava que a utilização mais ampla da vacina estivesse disponível apenas na primavera do próximo ano.

Há um mês, estudos da vacina Oxford em colaboração com AstraZeneca já foram suspensos, depois de ter sido detetado uma possível reação adversa grave e inesperada num dos voluntários que recebeu a vacina.

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