O PCP/Porto afirmou esta quarta-feira que as medidas pedidas pelos autarcas socialistas do Grande Porto para combater a pandemia de Covid-19, nomeadamente o estado de emergência e o recolher obrigatório, agravariam os problemas económicos e sociais das famílias e empresas.

“O que estamos a assistir é uma competição entre autarcas para ver quem vai mais longe nas restrições, no alarmismo e na propagação do medo”, sublinhou o partido, em comunicado.

Na terça-feira, os autarcas do distrito do Porto mostraram-se favoráveis a que seja decretado o estado de Emergência e o recolher obrigatório, tendo decidido que o recurso ao teletrabalho só será utilizado quando estritamente necessário.

“Continuamos a achar todos que tem de ser aplicado o Estado de Emergência”, assinalou o presidente da Proteção Civil Distrital do Porto e autarca de Gondomar, Marco Martins, no final de uma reunião com os 18 autarcas do distrito do Porto com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o secretario de Estado da Mobilidade e coordenador Regional Norte da Covid-19.

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Para os comunistas, estes autarcas, de forma concertada, “alarmam, falam de preocupações e do aumento de casos, reclamam restrições e limitações”, sem fazer qualquer crítica ao que não foi feito e devia ter sido feito.

De acordo com o PCP, o problema já se verificou há uns meses, quando os presidentes de câmara se “atropelaram” a alugar hotéis e montar hospitais de campanha em todo o lado.

Para os comunistas, por terem sido feitos sem qualquer articulação com entidades sanitárias nem ajustamento com a realidade, estas estruturas demonstraram ser desnecessárias.

Ressalvando que o Estado de Emergência ou recolher obrigatório “nada resolvem”, o PCP vinca que, na prática, os autarcas querem esconder e branquear a falta de respostas do Governo para o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), designadamente dos hospitais do distrito.

“É verdade que há um problema de capacidade de acolhimento de doentes nos hospitais e faltam profissionais, mas esta realidade está identificada há tempo suficiente para que fossem tomadas medidas”, realça.

Para o PCP, os autarcas dizem que as escolas são foco de infeção, mas “escondem as suas próprias responsabilidades” na falta de auxiliares para garantir as condições de higienização e limpeza.

Situação idêntica acontece em contexto social onde, diz o PCP, estes autarcas “escondem as suas responsabilidades” enquanto autoridade de transportes, nomeadamente no que diz respeito à sobrelotação na Área Metropolitana do Porto.

“O que os autarcas não disseram e é efetivamente preciso é o reforço das camas hospitalares, das equipas de cuidados intensivos e a resposta na área da Saúde Pública onde faltam centenas de profissionais, designadamente médicos, enfermeiros e outros técnicos”, sublinhou o PCP.

Estas medidas foram propostas pelo partido no “Plano Nacional de Emergência para o Serviço Nacional de Saúde” que foi entregue na Assembleia da República e chumbado pelo PS, PSD e CDS, recordou.