O ministro da Economia revelou ter apresentado à Procuradoria-Geral da República uma queixa-crime por aquilo que diz ser uma “denúncia caluniosa”, a confirmar-se que o processo tem na origem uma denúncia. De acordo com a revista Sábado, Pedro Siza Vieira e o secretário de Estado da Energia, João Galamba, estarão a ser investigados num processo que visa corrupção e tráfico de influência no âmbito do hidrogénio verde.

“Pedi que considerasse a minha comunicação como uma queixa-crime pela prática de crime de denúncia caluniosa, porque os factos que eventualmente — não sei exatamente quais são — me são imputados não têm qualquer fundamento, designadamente naquelas matérias que são enunciadas na revista Sábado”, disse o ministro da Economia no final da conferência de imprensa dedicada aos novos apoios às empresas.

Pedro Siza Vieira pediu ainda à PGR mais informação sobre o processo, para saber nomeadamente se está ou não a ser visado. Se esse for o caso, o ministro pede mesmo para ser ouvido formalmente pelas autoridades.

Hidrogénio verde. Ministro da Economia e secretário de Estado da Energia investigados pelo Ministério Público

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O ministro garante que “os factos enunciados na revista sábado são públicos e perfeitamente conhecidos”. “O Governo aprovou uma estratégia de hidrogénio e eu participei num conjunto de eventos públicos em que a estratégia do hidrogénio foi discutida. E tive reuniões com empresas, como aliás tenho com dezenas de empresas todos os meses”.

Siza Vieira sublinhou ainda que o dossier do hidrogénio está sob alçada do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em que se encontra a secretaria de Estado da Energia e que, “neste momento, não existe nenhuma decisão que o Governo tenha tomado relativamente a qualquer espécie de apoio ou que tenha sido celebrado qualquer contrato relativamente a este tema do hidrogénio”.

“Todas as reuniões que tive, fosse num seminário, fosse em reuniões sobre estes temas foram sempre a pedido dos meus colegas do Ambiente, como participo em todas as reuniões e eventos que outros colegas de Governo me possam pedir para participar, na medida em que vejam na minha participação interesse nisso”, disse o ministro. “E todas as reuniões, discussões e seminários que tive ou foram em público ou foram na presença de outros membros do Governo“.

O ministro entende ainda que “associar uma ideia de corrupção à participação de qualquer membro do Governo é uma ideia absolutamente repugnante“. ”

É-me repugnante pessoalmente porque, na verdade, 30 anos de vida profissional a construir uma reputação de integridade não é uma coisa que se goste de ver manchada, mas sobretudo é uma ideia muito perigosa do ponto de vista da confiança nas instituições — não podemos lançar suspeitas de corrupção sem que elas sejam apuradas”

Notícia atualizada às 19h35.