O primeiro-ministro segue numa bateria de entrevistas para explicar as medidas mais restritivas da pandemia e depois de TVI, Público e Antena 1, regressou esta segunda-feira à estação televisiva de Queluz de Baixo, mais concretamente ao espaço de Miguel Sousa Tavares no Jornal das 8, para anunciar um pacote de medidas para a restauração para compensar o setor pela paragem nos próximos dois fins de semana. Foi a única novidade que deixou numa entrevista em que esteve sempre na defensiva e muito justificativo das medidas decididas pelo Governo.

António Costa revelou-se até “muito supreendido com a transmissão [do vírus] na comunidade”, voltando a responsabilizar os contactos familiares pelo disparar de novos casos de Covid-19. E avisou mesmo que, seguindo o que tem sido verificado ao longo destes meses, esta terça-feira voltará a haver um aumento de novos infetados. O grosso da situação “depende do comportamento das pessoas”, defendeu o primeiro-ministro numa entrevista onde negou que tenha havido uma resposta tardia ou reduzida ao surgimento de uma segunda vaga.

Justifica-se com o que aconteceu por toda a Europa para explicar que só agora tenha surgido uma resposta mais dura em Portugal, uma a duas semanas depois do que países como Alemanha ou Espanha já fizeram e sem conseguirem os resultados desejados no controlo da pandemia. Sobre a situação do SNS, o primeiro-ministro mantém a garantia que tem dado de que tudo está “controlado” neste momento.

Na entrevista à TVI, Costa disse que para responder à Covid, neste momento, “há 704 camas disponíveis para cuidados intensivos, sem perturbar atividade” e “há um conjunto de obras em hospitais como o de Évora e o de Gaia para aumentar a capacidade”. E volta a garantir, mais uma vez empurrando a responsabilidade para a população: “Se conseguirmos controlar situação vamos conseguir viver sem dramas de rutura” do SNS. O primeiro-ministro admitiu que o país está “uma situação bastante mais grave” no que no início da pandemia, mas que nesta altura “ainda há capacidade para controlar”.

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A mesma garantia de preparação do Estado no que diz respeito à receção de vacinas pelo país, com Costa a garantir que “está a ser montada operação logística para receber e armazenar” vacinas e que esse processo “só pode correr bem, não podemos falhar nisso”, garantindo que “não vai ser o salve-se quem puder”. 

Nem na restauração, embora o anúncio de um pacote de apoio financeiro aos restaurantes não tenha passado disto mesmo, com Costa a afirmar que o Governo ainda está a estudar os moldes desta ajuda que deve anunciar esta semana. O que está a ser avaliado é a faturação dos restaurantes dos períodos em que haverá recolhimento para ponderar o apoio.

A conversa terminou com o primeiro-ministro a querer falar como líder do PS para atacar o PSD no acordo com o Chega para a viabilização do Governo dos Açores. “O que é muito preocupante não é haver uma maioria parlamentar que tem melhores condições para governar do que o PS”, mas sim “que o PSD deu um passo que a direita democrática da Europa não tem dado, que é fazer um acordo com um partido de extrema direita xenófoba”. E garantiu, do seu lado: “Nunca negociarei com o Chega”.