A variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido já foi detetada em vários países da Europa. Este sábado foram confirmados um caso em França, quatro em Espanha, um na Suécia e 14 em Itália. Todos os casos, até ao momento são pessoas que tinham viajado a partir do Reino Unido.

Cinco regiões italianas reúnem, pelo menos, 14 casos da variante britânica

As autoridades de saúde italianas anunciaram, este sábado, a deteção de, pelo menos, 14 casos de infeção com a nova variante do coronavírus originária do Reino Unido, em pessoas que tinham estado naquele país.

A variante britânica do SARS-CoV-2 foi detetado em testes realizados a várias pessoas nas regiões italianas de Véneto, Campânia, Marcas e Apúlia nos últimos dias, conforme anunciado pelas autoridades. Também na região do Lácio, cuja capital é Roma, foi detetado o caso de uma pessoa portadora da variante inglesa do vírus, que esteve nos últimos dias na Grã-Bretanha.

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Até o momento, foram apurados três casos em Véneto (nordeste da Itália), segundo o governador da região, Luca Zaia, numa conferência de imprensa.

De acordo com a diretora-geral do Instituto Zooprofilático de Veneza, Antonia Ricci, nos últimos dias foram analisadas amostras de outros cinco pacientes que estiveram na Grã-Bretanha e, em dois casos, foi identificada a chamada variante inglesa nas províncias de Vicenza e de Treviso (Véneto).

Adicionalmente, o Instituto Telethon de Genética e Medicina de Pozzuoli, na região sul da Campânia, também detetou seis casos da variante inglesa em testes realizados recentemente no aeroporto de Capodichino (Nápoles), em pessoas provenientes de Londres.

Nas restantes amostras analisadas, foi identificado um total de 8 variantes diferentes, todas pertencentes ao “tipo B” do SARS-CoV-2, muito difundido na Europa.

“Os voos do Reino Unido foram proibidos imediatamente após a notícia da descoberta da nova variante. O trabalho cuidadoso de controle continuará nos próximos dias, filtrando as chegadas e acompanhando a evolução da epidemia, para garantir as máximas condições de segurança”, declarou o presidente da região da Campânia, Vincenzo De Luca.

Nos dias 21 e 22 de dezembro, o Instituto Zooprofilático Experimental de Apúlia e Basilicata anunciou o resultado positivo para a nova estirpe de vírus em duas pessoas que tinham estado no Reino Unido.

A Itália permitiu o regresso de italianos residentes no país, mediante a realização de um teste PCR para a presença do novo coronavírus antes da sua entrada, bem como a obrigatoriedade de cumprir período de quarentena.

Quatro casos confirmados e três suspeitos em Espanha

A Direção-Geral de Saúde Pública de Madrid confirmou a existência de quatro casos de infeção com a nova variante britânica do novo coronavírus. Os quatro casos confirmados de infeção da nova variante do vírus foram detetados em quatro cidadãos que viajaram do Reino Unido para Espanha que se junta assim a países como a França e a Suécia.

Segundo as autoridades espanholas, há ainda outros três casos suspeitos nos quais o genoma do vírus está a ser sequenciado. A informação foi avançada pelo vice-ministro da Saúde Pública e do Plano Covid-19, Antonio Zapatero, na conferência de imprensa sobre a evolução da situação epidemiológica na região.

A mesma fonte acrescenta que, além deste caso, estão a ser analisadas nos laboratórios outras amostras positivas suspeitas de serem a variante do “VOC 202012/01”. Casos semelhantes a este já foram detetados na Alemanha, numa mulher que chegou de avião proveniente do Reino Unido, no Líbano, também num passageiro proveniente daquele país europeu, e mais cinco no Japão.

Japão confirma cinco casos da nova variante do coronavírus, Líbano tem um caso. Rússia anunciou novas medidas para o Reino Unido

Suécia encerrou fronteiras, mas nova variante entrou no país antes disso

As autoridades suecas de saúde confirmaram também este sábado o primeiro paciente identificado no país com esta variante é um viajante que tinha chegado do Reino Unido.

Segundo a agência de notícias EFE, as autoridades de saúde suecas deram, este sábado, conta da deteção de um primeiro caso de uma pessoa infetada com a nova variante do coronavírus originária do no Reino Unido.

As mesmas fontes adiantaram que se trata de uma pessoa que entrou no país vinda da Grã-Bretanha e que foi isolada assim que entrou na Suécia.

As autoridades suecas tinham decidido, na segunda-feira, encerrar temporariamente as fronteiras, tanto com o Reino Unido, como com a Dinamarca, um dos primeiros países onde foi detetado o contágio com aquela variante logo após o ter sido acionado o alarme devido à situação no Reino Unido.

Caso em França está assintomático

A França registou o primeiro caso de infeção com a nova variante do vírus da Covid-19 que apareceu no Reino Unido, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Saúde francês. Segundo as autoridades de saúde francesas, citadas pela agência AFP, o caso foi detetado na cidade de Tours (centro de França) num cidadão francês que reside no Reino Unido e que se encontra assintomático e isolado em casa.

O Ministério da Saúde adianta ainda que este cidadão chegou de Londres no dia 19 dezembro e que após realização de um teste, no dia 21, testou positivo, sendo o primeiro caso de infeção com a variante “VOC 202012/01” do vírus Covid-19 detetado em França.

Nova variante do Reino Unido pode ter-se tornado dominante por acaso

A nova variante do coronavírus que provoca a doença a covid-19, detetada em Inglaterra, tem gerado preocupação na comunidade científica, embora sem provas de que seja mais letal ou tenha impacto na eficácia das vacinas. As autoridades britânicas alertaram, no sábado, a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.

Novas variantes já foram observadas desde que o novo coronavírus SARS-CoV-2 foi detetado pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, mas a estirpe mais recente levou vários países europeus a suspenderem voos e transportes marítimos oriundos do Reino Unido. O Governo português também restringiu a entrada no país de passageiros de voos provenientes do Reino Unido a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal.

Atualizado às 17h05 com os casos de Itália