A Organização Não Governamental (ONG) Oikos disse esta terça-feira que a tempestade tropical Chalane, que está a caminho de Moçambique, deverá afetar 1,5 milhões de pessoas, colocando em risco 430 mil moçambicanos.

“A Oikos reuniu esta manhã com parceiros humanitários no terreno e estima-se que 1,5 milhões de pessoas serão afetadas e 430.000 estarão em risco”, lê-se numa nota enviada à Lusa, na qual se explica que “a equipa da ONG portuguesa está em coordenação local com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, preparando-se para agir e apoiar a população”.

O Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique emitiu um alerta sobre uma tempestade tropical, que já está no canal de Moçambique, e que pode evoluir até ao ponto de tempestade tropical severa (ciclone) e atingir a costa moçambicana na quarta-feira, com destaque para as províncias de Zambézia e Sofala, no centro do país.

Segundo a entidade, a tempestade deverá entrar na quarta-feira na cidade da Beira, província de Sofala, pelas 5 horas da manhã, com ventos entre 90 e 100 quilómetros por hora.

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O cenário da Oikos aponta para que 8.215 escolas e 875 unidades sanitárias sejam afetadas.

A Oikos está a posicionar-se em particular na área de segurança alimentar, sendo que o Governo já tem alimentos, bens não alimentares e outros meios pré-posicionados, e está a ser feito um pedido aos parceiros humanitários e organizações da sociedade civil para indicar os bens que podem disponibilizar em caso de necessidade, incluindo que mobilizem meios para fazer um possível levantamento de danos”.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.

Além do Idai, pouco tempo depois, em abril, o norte de Moçambique foi afetado pelo ciclone Kenneth, que matou 45 pessoas e afetou outras 250 mil.