O ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodriguez, criticou na segunda-feira “oportunismo político” da administração do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.

“Condenamos a designação cínica e hipócrita de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo anunciada pelos Estados Unidos da América. O oportunismo político desta ação é reconhecido por todos os que estão realmente preocupados com o flagelo do terrorismo e as suas vítimas”, escreveu o chefe da diplomacia cubana na plataforma social Twitter.

A administração norte-americana voltou na segunda-feira, a incluir Cuba na lista negra de Estados que apoiam o terrorismo, da qual tinha sido retirada em 2015, pelo então chefe de Estado, Barack Obama.

“O contínuo apoio de Cuba ao terrorismo no hemisfério ocidental deve ser travado. Hoje, os Estados Unidos voltam a colocar Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo para responsabilizar o regime de Castro pelo seu comportamento maligno”, escreveu o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, na plataforma social Twitter, referindo-se aos antigos líderes cubanos Fidel e Raúl Castro.

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Numa declaração citada pela agência France-Presse (AFP), Pompeo acusou Cuba de “ter apoiado repetidamente atos de terrorismo internacional ao dar refúgio a terroristas”.

A decisão anunciada segunda-feira, a poucos dias do fim do mandato de Donald Trump na Casa Branca, pode dificultar ao Presidente eleito, o democrata Joe Biden, que será empossado em 20 de janeiro, a renovação dos laços diplomáticos com Havana.

Depois de uma aproximação maior durante a administração Obama, os EUA endureceram a sua posição quanto a Cuba sob a liderança de Trump.

Cuba junta-se assim a Irão, Coreia do Norte e Síria na lista negra de Estados que apoiam o terrorismo, da qual o Sudão foi recentemente removido pela atual administração norte-americana.

Cuba tem recusado entregar fugitivos norte-americanos a quem concedeu asilo, incluindo um militante negro condenado pela morte de um soldado do estado de Nova Jérsia na década de 1970. Além do estatuto de refugiado político, os fugitivos norte-americanos receberam alojamento gratuito, cuidados de saúde e outros benefícios por parte de Cuba, que insiste que os EUA não têm “base moral ou legal” para exigir o seu regresso.

Cuba integrava desde maio de 2020 uma lista de países que não cooperavam com os programas antiterrorismo dos EUA.