A morte de 33 idosos com mais de 75 anos após a vacinação para a Covid-19 na Noruega fez soar os alarmes sobre as possíveis reações adversas da vacina da Pfizer/BioNTech junto dos mais velhos. No entanto, esta segunda-feira, as autoridades da Agência Norueguesa de Medicamento revelaram que não existe qualquer correlação entre a vacinação e o óbitos dos doentes e afirmaram: “Claramente a Covid-19 é bem mais perigosa para os pacientes do que a vacinação”.

Segundo as autoridades do país escandinavo, as mortes justificaram-se com o facto de os idosos serem uma população mais frágil e de já estarem debilitados mesmo antes de tomarem a vacina.

Camila Stoltenberg, diretora do Instituto de Saúde Pública da Noruega, também rejeitou que haja correlação entre a vacinação e o número de óbitos. “É importante lembrar que cerca de 45 pessoas morrem todos os dias em lares de idosos na Noruega, então não é um dado que represente qualquer excesso de mortalidade ou que haja uma conexão casual”, explica.

Ainda assim, os especialistas noruegueses não descartam que possa haver efeitos adversos, principalmente juntos dos mais idosos. Caso os pacientes tenham uma doença associada, isso “pode levar a um curso mais sério da enfermidade subjacente”, admitiu Steinar Madsen, diretor médico da Agência Norueguesa do Medicamento.

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Uma voz discordante da vacinação em lares de idosos foi Keipp Talbot, professora associada de medicina na Universidade de Vanderbilt, que também aconselha o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças nos EUA sobre a vacinação da Covid-19. E não por causa de possíveis efeitos adversos, mas dado que os “idosos mais frágeis morrem e morrem com mais frequência” e isso daria aso a que se levantassem preocupações sobre a eficácia vacina da Covid-19.

Mas a Agência Norueguesa de Medicamentos fez questão de esclarecer que também já esperava que houvesse mortes de doentes “em contexto relacionado com a vacinação”. “Não estamos alarmados”, resume Steinar Madsen.

A Noruega já inoculou 48 mil pessoas em lares de idosos. Desde o início da pandemia, o país já registou 58.883 casos do novo coronavírus e 521 mortes resultantes da doença.