A ministra da Saúde, Marta Temido, solicitou quinta-feira às farmacêuticas que se comprometeram com a entrega de vacinas para a União Europeia (UE) para cumprirem o acordado e resolverem os “contratempos” verificados no processo de entrega.

Um dos mais imediatos desafios com que a UE e os Estados-membros se têm deparado é a incerteza quanto à entrega de vacinas contra a Covid-19″, declarou Marta Temido, intervindo na comissão de Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar do Parlamento Europeu.

Numa intervenção inicial sobre as prioridades da presidência portuguesa da UE, a governante referiu que, “face aos recentes contratempos identificados no processo de entrega de vacinas relativamente a algumas empresas farmacêuticas, é essencial que tais empresas cumpram os contratos assinados e garantam a entrega atempada de doses de vacinas cruciais para o sucesso dos planos de vacinação nacionais”.

“Para o garantir, a presidência portuguesa em tudo apoia a Comissão Europeia na implementação do mecanismo de autorização de exportação de vacinas”, referiu Marta Temido.

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Depois de terem sido registados atrasos no início do ano na entrega da vacina da Pfizer e BioNTech, em uso na UE desde final de dezembro passado, a farmacêutica AstraZeneca anunciou no final de janeiro que pretende entregar doses consideravelmente menores do que acordado com a UE do seu fármaco, que teve ‘luz verde’ do regulador europeu na semana passada.

A decisão, justificada com base em alegados problemas de capacidade na produção da empresa, causou a indignação do executivo comunitário, que já ameaçou recorrer às vias legais.

Entretanto, no final da semana passada, a Comissão Europeia estabeleceu um mecanismo de autorização de exportação de vacinas para a Covid-19, com o objetivo de garantir a transparência do processo e as doses suficiente para os cidadãos da UE.

“A presidência portuguesa em tudo apoia a Comissão Europeia na implementação do mecanismo de autorização de exportação de vacinas”, vincou Marta Temido, falando perante os eurodeputados.

A governante disse, ainda, que Portugal “está, como tem estado até ao momento, disponível para prestar qualquer auxílio necessário aos Estados-membros neste processo de vacinação único e exigente”.

“Para tal, temos assegurado e continuaremos a assegurar uma articulação permanente com a Comissão Europeia, de modo a dar rápida resposta às questões que surjam relativamente à distribuição e aquisição de vacinas”, apontou.

Ainda assim, Marta Temido disse que, apesar dos “desenvolvimentos alcançados em termos de vacinação, a presidência [portuguesa] não pode deixar de apelar aos cidadãos que cumpram com as medidas sanitárias em vigor de modo a prevenir contágios desnecessários”.

A vacina é uma poderosa ferramenta na resposta a este vírus, mas não é totalmente eficaz por si só. É imperativo neste momento essencial, em que procuramos imunizar uma grande parte da população europeia, que todos cumpramos as medidas de saúde pública propostas”, apelou a ministra da Saúde.

Portugal assume a presidência da UE este semestre, numa altura em enfrenta a fase mais grave no que toca à pandemia de Covid-19.