A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) quer “democratizar o Espaço” com o objetivo de criar “mais e melhores empregos” para os cidadãos europeus, anunciou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Manuel Heitor, que intervinha numa videoconferência sobre a investigação e inovação (I&I), defendeu que a “economia espacial é uma excelente forma para promover mais e melhores empregos para os cidadãos europeus”.
Nesse sentido, o programa da presidência portuguesa do Conselho da UE apresenta quatro áreas principais do que o Governo designa ‘novo Espaço’, nomeadamente a navegação espacial, através dos “sistemas de navegação de alta precisão”, que, de acordo com o ministro, podem “melhorar muito o quotidiano” dos europeus, “desde a mobilidade urbana à gestão de tráfego”.
Em segundo lugar, o ministro referiu as observações espaciais com novos conjuntos de pequenos satélites que, aliados a sistemas de identificação avançados, “podem certamente promover uma política de informação” que permita, por exemplo, a “gestão de água e a mobilidade urbana”.
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O Governo português está ainda empenhado na “gestão de tráfego espacial” com o objetivo de “promover regulação política para a segurança espacial“. Por último, Manuel Heitor destacou as telecomunicações com base no Espaço, “uma área de particular relevância”, referindo, por exemplo, a comunicação 5G.
Precisamos cada vez mais de democratizar o acesso ao Espaço. É isto que queremos dizer com ‘novo Espaço’. O Espaço já não é um monopólio de mercados totalmente institucionais, mas está a ser cada vez mais aberto e, por isso, a Europa tem a oportunidade de acesso ao Espaço”, sublinhou.
Em relação à investigação e inovação, o ministro enumerou também as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE para os próximos meses, nomeadamente o estreitamento da “relação entre a ciência e a criação de emprego”. Além disso, é necessário “investir mais em conhecimento”, defendeu, uma vez que o mundo está a enfrentar “tempos sem precedentes”, nos quais a “Europa tem sido essencial ao promover uma plataforma aberta para explorar novas fronteiras de conhecimento”.
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Em terceiro, o executivo português está a discutir com os 27 Estados-membros da UE “o reforço de carreiras de investigação“, pois, de acordo com Manuel Heitor, “a Europa precisa de mais cientistas“.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior participou na sessão “Reconstruir melhor: A I&I [investigação e inovação] será o catalisador de um admirável mundo novo?”, no âmbito da conferência anual da Science/Business Network, uma plataforma que reúne organizações europeias das áreas da investigação científica, inovação, indústria e políticas públicas.
A edição deste ano foca-se no debate acerca do impacto do Horizonte Europa na recuperação e resiliência das sociedades e economias europeias e a sua articulação com outros programas da UE, bem como acerca da estratégia europeia para os domínios da Inteligência Artificial e alterações climáticas.