À medida que vão sendo administradas as vacinas contra a Covid-19 em Portugal, têm aumentado os relatos de burlas relacionadas com estes imunizantes. Ao Observador, a Guarda Nacional Republicana adianta que ainda não há denúncias feitas formalmente, mas alerta para vários métodos identificados ao longo das últimas semanas.
Em comunicado enviado esta sexta-feira, a GNR descreve pelo menos dois tipos de burlas relacionadas com as vacinas: um em que “o burlão aborda a vítima afirmando que irá ser notificada para ser vacinada e diz que necessita de desinfetar a moradia” e acaba por roubar os bens desta; e outro, no qual “o burlão aborda a vítima junto da sua residência, procurando saber se já tinha a vacina contra a Covid-19 e no seguimento do diálogo pergunta se tem notas de 20€ e de 50€”, argumentando que essas notas precisam de ser trocadas porque ficarão fora de circulação.
Neste comunicado, a GNR explica ainda que há casos em que os criminosos pedem dinheiro às vítimas, alegando que as notas têm de ser desinfetadas. Há também casos em que cidadãos compram equipamento de proteção individual pelo Facebook, mas depois de fazerem o pagamento nunca chegam a receber a encomenda e há até quem se faça passar por funcionário da EDP, dizendo às vítimas que, devido à pandemia, têm direito a um determinado valor monetário a ser reembolsado — o objetivo é ter acesso aos dados pessoais das vítimas.
Ao Observador, o capitão da GNR David Ferreira explica que estes relatos têm surgido principalmente em zonas isoladas do país e junto de idosos. “Verificamos estes casos sobretudo nos mais vulneráveis, em idosos que vivem sozinhos. Mas isto pode acontecer em qualquer área do país”, alerta.
Para prevenir estes crimes, a GNR tem em curso várias campanhas de informação e ações de prevenção junto das pessoas. O capitão David Ferreira deixa ainda várias recomendações.
Se alguém desconhecido se deslocar a casa das pessoas, para fazer um rastreio à Covid ou agendamento da vacinação, os cidadãos devem desconfiar e contactar as autoridades ou algum vizinho. Para serem vacinadas, as pessoas serão contactadas pelo Serviço Nacional de Saúde ou pelas juntas de freguesia”, explica David Ferreira.
Pode ouvir aqui na íntegra as declarações do capitão da GNR David Ferreira ao Observador.