A Europol conseguiu desmantelar duas redes de tráfico humano que usavam Portugal como ponto de passagem. As vítimas eram obrigadas a pagar “entre 12 a 15 mil euros”, incluindo também alguns custos de alojamento e auxílio na viagem, para poderem ter acesso à documentação e seguir viagem.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF) terá sido fundamental nesta operação, em grande medida graças às informações recolhidas junto de alguns dos mais de 500 cidadãos albaneses detidos nos aeroportos portugueses.
A informação foi avançada pelo SEF, em comunicado, que acrescenta que as redes criminosas se localizavam no Kosovo. Foram detidas nove pessoas e identificados vários espaços onde os documentos falsos eram fabricados.
O Diário de Notícias acrescenta ainda que o SEF vem identificando cidadãos com documentos ilegais, na sua maioria albaneses, desde 2010, tendo o maior número sido registado nos últimos seis anos.
Na sua maioria em Lisboa e em Faro, mas também identificados casos no Porto, nas Lajes e em Ponta Delgada, os 476 processos-crime com cidadãos albaneses envolvem 522 pessoas, tendo sido na sua maioria julgados em processos sumários e sujeitos a “pena de multa e a expulsão do território nacional”.
As redes de tráfico humano têm sede em países como a Albânia, o Reino Unido ou a Irlanda e faziam os cidadãos passar por Portugal apenas como país de trânsito. Eram, por norma, imigrantes que viajavam sem família, à procura de melhores condições de vida.
A referenciação pelo SEF de uma pessoa como facilitador destas viagens de imigrantes ilegais permitiu ainda aos Estados Unidos da América deter uma pessoa na ilha holandesa de Saint-Martin, no Caribe.