Com os casos a cair e o número de vacinados a seguir em sentido contrário — esta segunda-feira foram registadas 2.762 novas infeções, menos 40% do que há uma semana, e o número de pessoas com pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 ascendeu aos 31,5 milhões —, já era de esperar que o plano de desconfinamento no Reino Unido seguisse como planeado.
Foi isso mesmo que, em conferência de imprensa, Boris Johnson anunciou esta tarde à nação, depois de congratular os britânicos pelo esforço do desconfinamento, que “está a dar resultados”, mas não sem lembrar que a pandemia continua a obrigar a cuidados e à manutenção da etiqueta respiratória e do distanciamento social.
Só assim o “caminho para a liberdade” poderá ser “irreversível”, fez questão de frisar o primeiro-ministro, para depois explicar que, como previsto no plano a quatro fases apresentado a 22 de fevereiro, o segundo ato do desconfinamento no Reino Unido avança já na próxima segunda, dia 12 de abril.
Como expectável, têm ordem para reabrir as lojas de comércio não essencial, os ginásios, os cabeleireiros, as bibliotecas, os zoológicos, os parques temáticos e de campismo e as esplanadas, onde as bebidas alcoólicas vão voltar a poder ser consumidas sem comida a acompanhar mas o serviço continua a ter de ser feito à mesa. “Na próxima segunda-feira, eu próprio vou ao pub e, cautelosa mas irreversivelmente, vou levar um pint de cerveja à boca”, anunciou Johnson em conferência de imprensa.
“Não queremos que o vírus seja reimportado”, assumiu ainda o primeiro-ministro britânico, em resposta a uma pergunta sobre o eventual levantamento de restrições às viagens internacionais no Reino Unido. “Estamos esperançosos de que poderemos começar a partir de 17 de Maio, mas não quero subestimar as dificuldades que estamos a ver em alguns dos países de destino”, disse, de forma cautelosa, Boris Johnson, remetendo mais novidades sobre o tema para o final da semana, altura em que a task force encarregue de estudar o assunto já deverá ter dados mais concretos.
Desde 22 de fevereiro que o governo britânico assumiu que as viagens internacionais nunca seriam retomadas antes da terceira fase do plano de desconfinamento, prevista a partir de 17 de maio. Esta segunda-feira, Johnson assegurou que tudo fará para avisar as companhias aéreas “com o máximo de antecedência que puder” mas não se comprometeu com datas.
O primeiro-ministro britânico foi ainda questionado sobre o certificado de vacinação contra a Covid-19, que considera uma inevitabilidade em análise por todos os governos do mundo, mas que comporta uma série de problemas éticos.
“Temos de ser muito cuidadosos na forma como tratamos o assunto, para não criarmos um sistema discriminatório”, alertou, para depois garantir que antes da terceira fase do plano de desconfinamento esta não vai ser uma questão em cima da mesa.