O Tesouro português concluiu esta quarta-feira uma emissão sindicada de dívida pública a 10 anos e que inaugura uma nova linha que passa a ser a referência para esse prazo. A taxa média de rendibilidade oferecida aos investidores foi inferior a 0,3%, atraindo uma “procura bastante forte”, diz um analista do Banco Carregosa – 32,5 mil milhões de euros quando só foram efetivamente vendidos 4.000 milhões de euros.

A taxa de cupão (juro períodico fixo) foi estabelecido na taxa mid swap do euro a 10 anos, que está nos 0,0166%, adicionada de um spread de  28 pontos base, o que resulta numa taxa final de 0,2998%. “Nas últimas semanas temos assistido a uma subida nas taxas da dívida soberana europeia, subida que também se fez sentir na curva portuguesa, no entanto, há um ano atrás numa emissão idêntica, Portugal emitiu com um cupão de 0,475%”, acrescentou o analista Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

A subida que temos vindo a assistir nas taxas, bem como a reversão dos mínimos, que já tinham sido atingidos, acabam por refletir expetativas de uma melhoria na economia e possivelmente taxas de inflação mais elevadas. Apesar de tudo, é expectável que se venha a assistir a um controlo das taxas de juro, por parte dos bancos centrais”, acrescentou o especialista.

A operação foi levada a cabo pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), liderada por Cristina Casalinho, e trata-se de uma operação sindicada, em que o Tesouro contrata uma série de bancos de investimento e dá-lhes um mandato para ajudar a colocar os títulos de dívida junto dos seus clientes, investidores, às melhores condições possíveis.

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