O CDS-PP exigiu, esta sexta-feira, a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na sequência do caso dos imigrantes que estão a ser deslocados para o Zmar Eco Experience devido a um surto de Covid-19 e às condições em que viviam em Odemira. O partido, que descreve o caso como uma prova da “total falta de sensibilidade social e competência do Governo”, diz escandalizar-se “com mais um ato de incompetência grosseira” do ministro, que considera não ter há muito condições para exercer as suas funções.
Em comunicado emito esta sexta-feira, o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, começou por dizer que o partido “tem acompanhado desde o primeiro momento a situação vivida no Zmar, exigindo ao Governo a revogação da requisição civil e impondo-lhe que encontre uma solução alternativa com dignidade para alojar aqueles trabalhadores rurais, dispensando técnicas de ocupação próprias dos regimes comunistas”.
Na opinião do partido, “não é com medidas como a ocupação musculada do ZMar que Portugal consegue ter uma economia forte e de confiança, respeitar as liberdades individuais e oferecer respostas sociais adequadas”. “Por todo o exposto, o CDS-PP escandaliza-se com mais um ato de incompetência grosseira de Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, e exige a sua demissão, por há muito tempo entender não estarem reunidas as condições para que se mantenha em funções”, declarou.
O CDS vai solicitar uma audiência ao Presidente da República, “que jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, nomeadamente defender o direito à propriedade privada e a dignidade da pessoa humana, para abordar a gravidade deste acontecimento em Odemira”.
Também a Iniciativa Liberal pediu esta quinta-feira a demissão de Cabrita por considerar que o ministro não tem condições para continuar no cargo.
Ministro responde a pedido de demissão: “Coitado do CDS, é um partido náufrago”
Questionado sobre o pedido de demissão do CDS-PP, que já tinha sido feito pelo Iniciativa Liberal, Eduardo Cabrita, que durante a manhã presidiu a uma cerimónia alusiva ao papel da GNR como Guarda Costeira, junto ao Terminal de Cruzeiros de Lisboa, não poupou palavras: “Coitado do CDS, é um partido náufrago. Estamos aqui para salvar os portugueses, não podemos ajudar um partido náufrago”.
CDS-PP responde e acusa MAI de falta de “dignididade institucional e educação”
O líder democrata-cristão não quis deixar estas palavras sem resposta e afirmou que esta declaração do governante “demonstra que está completamente de cabeça perdida e dá ainda mais razão ao CDS para exigir a sua imediata demissão”.
“Para além de uma profunda incompetência, relevou agora não ter dignidade institucional nem educação para se manter no cargo que ocupa”, acusou Francisco Rodrigues dos Santos.
O presidente do CDS-PP disse também que “não esperava ter de responder já ao ministro Eduardo Cabrita”, uma vez que não está habituado “a vê-lo com tanta agilidade e rapidez a executar as suas funções”, e esperava que “o ministro da Administração Interna tivesse sido tão rápido a resolver o problema social do Zmar”.
O democrata-cristão defendeu ainda que Eduardo Cabrita “é mais rápido a defender o seu cargo do que a defender as pessoas que precisam de ajuda” e colocou-o como “o comandante de um barco que está à deriva, que bateu agora na ponta do iceberg”.
“Mas debaixo da água estamos bem recordados das golas antifumo, do problema do SIRESP, do escândalo do SEF, dos boletins de voto, o que demonstra realmente que este ministro há muito tempo que está a mais nas suas funções e a bem do Estado de direito democrático e da defesa da governabilidade deste país já devia ter sido demitido ou demitir-se das suas funções”, frisou o líder do CDS-PP, considerando que o primeiro-ministro “consegue apresentar ao país um ministro melhor que este”.