Um consórcio que integra a Galp Energia, Equinor, ExxonMobil e Pré-Sal Petróleo vai investir 8.000 milhões de dólares (6.540 milhões de euros) no desenvolvimento da fase 1 do campo de petróleo de Bacalhau, no pré-sal brasileiro, Bacia de Santos.
Num comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp — que, através da Petrogal Brasil, detém uma participação de 20% no consórcio — refere que o campo de Bacalhau “é um reservatório de carbonatos de alta qualidade, contendo óleo leve com contaminantes mínimos”, e cujo “primeiro óleo está planeado para 2024”.
Situado em duas licenças — BM-S-8 e Norte de Carcará — e com o plano de desenvolvimento aprovado em março de 2021 pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o projeto consistirá em 19 poços submarinos ligados a uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO).
“Este será um dos maiores FPSOs do Brasil, com capacidade de produção de 220 mil barris por dia e dois milhões de barris de armazenamento”, salienta a Galp, explicando que “o óleo estabilizado será escoado para navios aliviadores e o gás da fase 1 será reinjetado no reservatório”.
Citado no comunicado, o diretor de exploração e produção da Galp refere que “Bacalhau é um projeto ‘offshore’ de classe mundial, com baixo ‘break even’ e baixa emissão de carbono”, que “irá contribuir de forma significativa para o crescimento competitivo contínuo da Galp em ‘Upstream'”.
O investimento é uma prova do compromisso da Galp em continuar a crescer no Brasil e o seu sucesso terá retornos positivos para todos os ‘stakeholders’ (acionistas) da Galp no país e fora dele”, afirma Thore Kristiansen.
De acordo com a Galp, a empresa contratada para o FPSO irá operá-lo durante o primeiro ano, planeando, depois, a Equinor operar as instalações “até o final do período de licença”.
Segundo salienta, foram feitos “esforços significativos para reduzir as emissões da fase de produção, incluindo a implementação de um sistema de turbina de gás de ciclo combinado para aumentar a eficiência energética da planta”, o que “proporciona uma produção de energia elétrica eficiente e um fornecimento de calor flexível”.
“Espera-se que a intensidade média de CO2 (dióxido de carbono) ao longo da vida seja inferior a 9 kg (quilogramas) por barril produzido, significativamente inferior à média global de 17 kg por barril”, precisa acrescentando que “o trabalho continuará durante a vida útil do campo para reduzir as emissões e aumentar a eficiência energética.
A Equinor e a ExxonMobil, cada uma com 40%, detêm a maior participação no consórcio que vai desenvolver o projeto de Bacalhau, cabendo os restantes 20% à Petrogal Brasil e participando ainda no projeto a Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), uma empresa governamental que será a gestora dos contratos de partilha de produção.
“O projeto de Bacalhau teve o mérito de superar aspetos técnicos de alta complexidade, sem prejudicar os aspetos económicos e sociais altamente positivos. Bacalhau simboliza o grande benefício que empresas estrangeiras podem também aportar no desenvolvimento do pré-sal e do Brasil”, afirma o diretor-presidente da PPSA, Eduardo Gerk, também citado no comunicado.