A capital russa criou um passe sanitário obrigatório que permitirá à população, a partir de dia 28, frequentar os restaurantes em Moscovo, forma encontrada para travar o aumento de novos casos de Covid-19, ligados à variante Delta.
Segundo o presidente da câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, os moscovitas terão de aceder ao portal da cidade na Internet com um código QR confirmando que já foram vacinados, que foram infetados com o novo coronavírus nos últimos seis meses ou que têm um teste de PCR com menos de três dias. Os restaurantes e bares que não possuam um sistema de controlo só poderão trabalhar em regime de take-away.
A Câmara de Moscovo tem vindo a intensificar as medidas restritivas desde meados de junho devido à inesperada explosão de novos casos de Covid-19, ligada à variante Delta, que apareceu na Índia e é considerada mais contagiosa e virulenta.
Atualmente, a variante Delta representa quase 90% das infeções na capital russa e a resistência dos moscovitas à vacinação está também a favorecer a atual onda de contaminações “A situação relativa à morbidade de Covid-19 continua muito difícil. Nos hospitais estão atualmente cerca de 14.000 pessoas gravemente doentes”, escreveu Sergei Sobyanin no portal da edilidade moscovita.
Esta terça-feira, quase 2.000 pessoas tiveram de ser hospitalizadas na capital russa, depois de, nas últimas 24 horas, terem sido detetados 6.555 novos casos e contabilizadas mais 86 mortes. No mesmo período, mas em todo o país, foram diagnosticados mais 16.715 infeções e 546 mortes.
A Rússia é, com 130.347 mortes oficialmente registadas pelo governo, o país europeu com maior número de óbitos. Porém, a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla de mortes ligadas à Covid-19, contabiliza cerca de 270.000 mortes entre o início da pandemia, em fevereiro de 2020, e o final de abril de 2021.
Diante do recente aumento de casos, o presidente da Câmara da cidade tornou a vacinação obrigatória no setor dos serviços. A campanha de vacinação está atrasada desde dezembro, face à desconfiança dos russos nas vacinas disponíveis e apesar dos repetidos apelos do Presidente, Vladimir Putin. As autoridades russas também permitiram que os empregadores suspendessem os funcionários que não fossem vacinados contra a Covid-19.
Segundo o portal Gogov, que agrega os dados das regiões e os divulgados pela imprensa por falta de estatísticas nacionais oficiais, cerca de 13% da população russa recebeu pelo menos uma dose da vacina. Após o confinamento na primavera de 2020, as autoridades russas não voltaram a adotar medidas tão rígidas, de forma a preservar a economia.