Paulo Silva, até agora presidente da distrital do Porto da Aliança, fundador e membro do senado, deixou o partido fundado por Pedro Santana Lopes para se juntar ao movimento independente “Porto, o Nosso Movimento” e encabeçar a lista à junta de freguesia de Paranhos, no Porto. Bairrista, amante de ténis e da mentalidade do desporto, dispensa as “guerras na política” e garante querer ser uma “boa pessoa” dentro deste mundo.

O fundador do partido confirmou ao Observador que anunciou a desfiliação e consequente demissão do cargo de liderança na distrital do Porto ao presidente da Aliança “em tempo útil” e informou as pessoas com quem trabalhava diretamente. Paulo Bento confirmou que Paulo Silva lhe comunicou a decisão e revelou que o fez no sábado passado.

Aos 52 anos, saiu do único partido no qual tinha sido filiado, o Aliança — entrou a convite de Pedro Santana Lopes —, para voltar a ser independente e abraçar o convite de Rui Moreira, que o deixou “lisonjeado”. Ao Observador, diz que o fez na “convicção” de que pode ajudar a freguesia de Paranhos, que conta com mais de 41 mil eleitores. Com o social-democrata Alberto Machado a cumprir o seu terceiro e último mandato, Paulo Silva vai ter como adversário Miguel Seabra, que pretende dar ao PSD a possibilidade de manter a liderança da junta de freguesia.

Fonte do movimento independente de Rui Moreira realça que Paulo Silva foi a primeira escolha para a junta de freguesia de Paranhos, por ser “uma figura que já era conhecida em Paranhos pelo trabalho que desenvolveu na comunidade”, tanto no desporto, em que é diretor técnico do Estrela e Vigorosa Sport, como enquanto presidente da Associação de Moradores do Bairro do Amial, e por ser “uma pessoa ativa na comunidade”.

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Distrital e concelhia do Porto do Aliança tinham decidido apoiar Rui Moreira

Alguns meses antes da saída de Paulo Silva, a ideia de ligação entre o Aliança e o movimento de Rui Moreira era outra. De acordo com uma publicação feita no Facebook da concelhia do Aliança no Porto a 19 de março, dois dias antes houve uma reunião com a distrital do Porto em que ficou definido “por unanimidade, apoiar uma eventual recandidatura do Dr. Rui Moreira”, por existir uma identificação com o projeto, ao considerar ser aquele que serve “melhor os interesses” do Porto.

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Contudo, no dia da apresentação de Rui Moreira no Palácio de Cristal, no Porto, não houve qualquer referência ao Aliança, ao contrário de partidos como o CDS e a Iniciativa Liberal. Valter Teixeira conta ao Observador que estava no local e que ficou surpreendido, tendo em conta a ideia de apoio que tinha sido colocada em cima da mesa pela distrital. Para o líder da concelhia do Porto do Aliança, o facto de Rui Moreira não ter aceitado esse apoio e de essa espécie de coligação não ter avançado é uma “derrota política da direção distrital”.

Agora, Valter Teixeira revela que a vontade da concelhia do Porto é apresentar listas próprias autónomas para todos os órgãos, uma intenção que aguarda a decisão da comissão política nacional.

Além de Paulo Silva, candidato a Paranhos, o movimento de Rui Moreira vai ser encabeçado por Tiago Mayan Gonçalves na candidatura à União de Freguesias Aldoar, Foz e Nevogilde, Sofia Maia à União de Freguesias de Lordelo-Massarelos, Patrícia Rapazote à Junta de Freguesia de Ramalde, João Aguiar à Junta de Freguesia do Bonfim e Nuno Cruz à União de Freguesias do Centro Histórico — de onde sai António Fonseca, que vai ser candidato à Câmara Municipal do Porto pelo Chega. Em Campanhã não será apresentado qualquer candidato do movimento porque a opção é apoiar o socialista Ernesto Santos, atual presidente da única junta liderada pelo PS no concelho do Porto.

António Fonseca. Quem é o homem que trocou Rui Moreira pelo Chega para se candidatar à câmara do Porto?