Os incêndios florestais na Sibéria continuam a agravar-se, anunciaram esta segunda-feira as autoridades russas, e o fumo chegou ao Polo Norte, segundo a agência espacial norte-americana NASA.
Uma das regiões mais afetadas é a de Yakutia, um vasto e pouco povoado território no norte da Sibéria, onde a situação “continua a piorar com uma tendência ascendente no número e dimensão dos incêndios florestais“, disse o Serviço Federal de Hidrometeorologia e Monitorização Ambiental russo (Rosguidromet).
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Numa informação disponibilizada no seu portal, o instituto precisou que mais de 3,4 milhões de hectares de floresta estão atualmente a arder, incluindo em territórios “de difícil acesso e remotos”.
“O fumo denso dos incêndios espalha-se por grandes áreas”, acrescentou o Rosguidromet, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
A NASA disse no sábado que o fumo dos incêndios em Yakutia tinha “viajado mais de 3.000 quilómetros para chegar ao Polo Norte“, uma situação que não tinha sido documentada anteriormente.
Segundo a NASA, “fumo espesso dos incêndios florestais cobriu a maior parte da Rússia em 06 de agosto”, uma situação que foi fotografada por satélites.
Embora seja difícil ligar qualquer incêndio específico às alterações climáticas, estes desastres têm-se multiplicado e os cientistas russos consideram que os incêndios atuais são uma consequência do aumento da temperatura global.
Durante uma visita a Yakutia no final de julho, os bombeiros e as autoridades locais disseram à AFP que não dispunham de mão-de-obra, equipamento e outros recursos para lidar com a escala dos incêndios.
Os ambientalistas têm questionado a política de incêndios florestais da Rússia, incluindo um decreto governamental de 2015 que permite às autoridades locais ignorar os incêndios se o custo da sua extinção exceder os danos estimados.
De acordo com Alexei Yaroshenko, um perito na questão da organização Greenpeace Rússia, os incêndios já devastaram 14,96 milhões de hectares no país desde 01 de janeiro, o pior ano após 2012.
Os peritos em clima da ONU divulgaram esta segunda-feira um relatório em que afirmam que a humanidade é indiscutivelmente responsável pelas alterações climáticas e não tem outra escolha senão reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa se quiser limitar os danos.