O Líbano registou, pelo menos, 28 mortos e 79 feridos depois da explosão de um depósito de combustível no norte do país, este domingo de manhã (hora local), noticiaou a Reuters citando o ministro da saúde libanês, Hamad Hassan. Os relatos apontam para cerca de 200 pessoas junto ao local no momento da explosão e muitas estarão ainda desaparecidas.

A explosão aconteceu no distrito de Akkar, no norte, numa das regiões mais pobres do país. O relato de um funcionário do hospital de Akkar, citado pela Al Jazeera, disse que os mortos estavam tão carbonizados que eram impossíveis de identificar. Este e outros hospitais têm rejeitados os feridos por serem incapazes de tratar queimaduras tão graves, referiu o jornal The Guardian.

As causas da explosão ainda não são conhecidas, mas a Associated Press (AP) reportou que os militares tinham confiscado um armazém com 60 mil litros de combustível em Tleil (na fronteira com a Síria) e que estavam a distribuir a gasolina pela população. Ainda não é certo se estaria militares junto ao tanque quando se deu a explosão. No local ficou uma grande cratera.

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O Líbano enfrenta uma crise de combustível profunda. O governo tem sido incapaz de garantir as entregas de combustível importado, o que fez aumentar o contrabando e açambarcamento, referiu a AP. Para agravar, o banco central acabou com os subsídios aos combustíveis, o que vai fazer aumentar os preços de todos os produtos no Líbano, agravando a situação de pobreza da população.

Os militares têm confiscado a gasolina de traficantes junto à fronteira com a Síria e forçado os donos de gasolineiras a vender combustível. Estes empresários têm retido os produtos à espera que os preços aumentem devido ao fim dos subsídios do banco central.

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“O massacre de Akkar não é diferente do massacre no porto [de Beirute]”, disse o antigo primeiro-ministro Saad al-Hariri, referindo-se à explosão no porto de Beirute a 4 de agosto de 2020. “Se isto fosse um país que respeitasse o seu povo, os líderes resignariam, desde o Presidente até à última pessoa responsável por esta negligência”, acrescentou o líder da oposição ao atual Presidente.

A explosão de Tleil é a mais mortífera desde a explosão no porto de Beirute, que matou mais de 210 pessoas e deixou cerca de 7.000 feridas.