Primeiro o empréstimo obrigacionista, depois a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, a seguir o fecho do mercado de transferências. A seguir à convulsão que assolou o Benfica no seguimento da detenção de Luís Filipe Vieira no âmbito da operação Cartão Vermelho, que levaria depois o antigo líder a apresentar a demissão de todos os cargos que ocupava nos encarnados entre clube, SAD e demais sociedades participadas, a equipa que passou a ser liderada por Rui Costa foi tentando arrumar a casa entre as questões mais pendentes. Próximo passo? A demissão em bloco de todos os membros dos órgãos sociais.

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Logo no primeiro dia a seguir ao fecho do mercado, num 31 de agosto marcado não só pela oficialização da contratação de Valentino Lázaro mas também pelas várias cedências a título temporário de jogadores que não entravam nas contas de Jorge Jesus (e uma rescisão, a de Samaris), todos os dirigentes da Direção, da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar reuniram-me no Estádio da Luz para definirem este timing para a queda em bloco, sendo cada vez mais certo o cenário de eleições ainda em outubro. A primeira data em cima da mesa no encontro foi a de 16 mas o sufrágio irá acontecer no dia 9, um sábado.

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No final do encontro, António Pires de Andrade, presidente da Mesa da Assembleia Geral em exercício após a demissão de Rui Pereira ainda antes da queda de Vieira, explicou em comunicado o objetivo da reunião e confirmou também o dia em que os sócios encarnados voltarão às urnas apenas um ano depois.

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“Realizou-se hoje a Reunião Plenária dos Órgãos Sociais do Benfica, a qual teve como ponto único de trabalhos a análise da situação do clube. Em 13 de julho passado, em outra reunião plenária dos mesmos Órgãos Sociais, foram definidos um conjunto de objetivos a que se tornava imperativo dar resposta, entre os quais se realçam a preparação da época desportiva no futebol e nas modalidades, a qualificação para a Champions, a conclusão com sucesso do empréstimo obrigacionista e assegurar um adequado fecho do mercado. De modo a dar execução a todos os objetivos então definidos, salientou na altura o Presidente da Direção, Sr. Rui Costa, que, sublinhando a unanimidade dos vice-presidentes, iria promover as diligências tendentes à realização de uma consulta aos sócios através da realização de um novo ato eleitoral e que o mesmo deveria ocorrer até ao final do corrente ano”, começou por explicar o comunicado.

“Hoje, dia 1 de setembro de 2021, foi com satisfação que o Plenário dos mesmos Órgãos Sociais concluiu na sua análise que, aqueles objetivos, então traçados, foram atingidos e que se conseguiu uma forte estabilidade no clube. Assim, e no seguimento das conclusões alcançadas, e tendo também presente o calendário desportivo a que o Sport Lisboa e Benfica está obrigado até ao final do corrente ano, foi opinião unânime de todos os membros dos diversos Órgãos Sociais que se deveria partir para a marcação do ato eleitoral, destinado à eleição dos novos Órgãos Sociais para os próximos quatro anos. De modo a dar cumprimento aos Estatutos, todos os membros dos Órgãos Sociais apresentaram o seu pedido de renúncia”, explicou.

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“O Presidente da Mesa da AG, após consulta aos restantes elementos da Mesa, decidiu convocar a Assembleia Eleitoral para o próximo dia 9 de outubro. Em breve será apresentado aos sócios o Programa de todo o Processo Eleitoral. Deseja-se, desde já, que o mesmo decorra com elevação e qualidade, que engrandeça uma vez mais o espírito de unidade entre todos os sócios e que sirva para uma discussão de ideias e projetos dos vários candidatos que venham a apresentar-se ao ato eleitoral”, concluiu a mesma missiva.

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Encarnados marcam Assembleia Geral Extraordinária para 17 de setembro

Pouco depois, o Benfica anunciou também que irá realizar uma Assembleia Geral Extraordinária que terá como um dos pontos a discussão de todo o Processo Eleitoral e os moldes de realização do sufrágio.

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“Nos termos da lei e dos Estatutos, são convocados os senhores associados para reunirem em Assembleia Geral Extraordinária a pedido de um grupo de sócios, de acordo com o estabelecido no n.º 3 do artigo 55.º dos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica, no próximo dia 17 de setembro de 2021, com início pelas 20.30 e términos pelas 23.30 horas, Pavilhão Desportivo do Clube, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Discussão e deliberação do modo de votação, eletrónico ou físico, das deliberações do ponto dois seguinte; 

2. Discussão e deliberação sobre a constituição de uma comissão independente de sócios e poderes conferidos para: organizar a realização de uma auditoria ao sistema de votação eletrónica utilizado nas eleições de 28 de outubro de 2020; iniciar um processo de esclarecimento do modo como se processou a recolha das urnas que continham os talões de voto emitidos, nomeadamente relações com empresas envolvidas no processo, termos da sua contratação, local de destino e/ou depósito das urnas, integridade das mesmas e intangibilidade dos talões;

3. Discussão sobre o processo de contagem dos votos depositados nas urnas durante a Assembleia Geral Eleitoral do dia 28 de outubro de 2020 e modo da sua divulgação aos sócios do Sport Lisboa e Benfica;

4. Discussão e apreciação de proposta de Regulamento Eleitoral para as eleições do Sport Lisboa e Benfica.

Com vista a operacionalizar a Assembleia Geral Extraordinária, devem os associados que subscreveram o pedido comparecer trinta minutos antes (pelas 20.00 horas), a fim de se verificar se está preenchido o quórum constitutivo estipulado nos n.ºs 5 e 6 do artº 55.º dos Estatutos.

A participação e o exercício do direito de voto na Assembleia Geral deverão observar os requisitos estabelecidos na lei e nos Estatutos, sendo admitidos a presenciar os trabalhos todos aqueles que tenham sido admitidos como associados até à data da publicação desta convocatória, mesmo os que não tenham direito de voto, devendo todos os associados apresentar o cartão de sócio e o Cartão de Cidadão, e ter, pelo menos, a quota do mês de julho de 2021 regularizada”.