A coordenadora bloquista considerou esta sexta-feira que a Comissão Nacional de Eleições está a fazer bem o seu papel na advertência sobre promessas eleitorais porque existe “sempre uma enorme tentação de instrumentalizar uma ação governativa” para ganhos partidários.

Na primeira ação do quarto dia de campanha para as eleições autárquicas, Catarina Martins esteve junto ao Tejo, acompanhada pelo vereador do Bloco de Esquerda (BE) e recandidato à Câmara de Abrantes, Armindo Silveira, para denunciar os riscos e o impacto ambiental do Açude Insuflável de Abrantes, uma obra que ao fim de 15 anos continua ilegal.

Questionada sobre uma notícia avançada esta sexta-feira pelo Expresso de que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) advertiu o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, sobre promessas eleitorais em período de campanha autárquica, a líder do BE respondeu que este organismo “toma as suas posições e bem”.

“E o Bloco de Esquerda ouve sempre com muita atenção tudo o que diz a Comissão Nacional de Eleições, que está aliás a fazer o seu papel e nós não nos substituímos a esse papel”, afirmou.

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Perante a insistência dos jornalistas sobre se concordava ou não com este aviso, Catarina Martins defendeu que “existe sempre uma enorme tentação de instrumentalizar uma ação governativa para o ganho partidário”.

“Não é propriamente novo, não há aqui nenhuma novidade, a CNE está a fazer e bem o seu papel que deve fazer e a mim só me cabe ouvir o que diz a CNE”, reiterou.

Confrontada com as críticas do líder do PSD, Rui Rio, de que Costa está a usar o PRR para fazer campanha, a coordenadora do BE disse compreender que o presidente social-democrata “não tenha muita proposta para fazer nestas eleições e, portanto, fale de outra coisa qualquer”.

“Para nós interessava-nos mesmo falar dos problemas do país e achamos que todas as críticas normais em democracia, mas a nós interessa-nos proposta”, insistiu, acrescentando que o BE “não tem que comentar o doutor Rui Rio”, mas “sim de falar das suas propostas”.

“Eu tenho reparado que a direita tem poucas propostas para fazer. O Bloco tem muitas e é para isso que eu vou usar o meu tempo”, rematou.