A coordenadora do BE, Catarina Martins, estranhou este domingo que o líder do PS, António Costa, não compreenda que, em democracia, são normais as críticas a um Programa de Recuperação (PRR) e Resiliência que considera não estar bem pensado.

Na primeira paragem da caravana do BE no sexto dia da campanha autárquica, que esta manhã começou na Feira da Estela, Póvoa de Varzim, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre as declarações de António Costa de sábado à noite, quando defendeu que para que o PRR tenha sucesso não pode ser entregue a quem todos os dias o combate.

“Na democracia é normal existirem diferenças, é normal também existir exigência de transparência sobre os investimentos que sejam feitos e é normal que em cada concelho se debata o que é que tem sentido ou não tem sentido fazer”, começou por responder.

Na opinião do BE, reiterou a líder do partido, um PRR que “prevê apenas 26 mil casas, num país que tem 46 mil famílias que precisam de uma casa urgente” é um programa que “não está bem pensado”.

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“Essa é uma crítica que é normal que seja feita em democracia e que o secretário-geral do PS, enfim, estranho que não compreenda que assim seja”, declarou.

Os bloquistas, segundo Catarina Martins, manterão as críticas a “um Programa de Recuperação e Resiliência que não seja capaz de responder aos grandes problemas do país” porque Portugal “já viu muitos milhões passarem, saírem sem que nenhum problema se resolvesse”.

“Eu não me senti intimidada”, respondeu, sucintamente, à pergunta se considerou intimidatórias estas declarações do também primeiro-ministro.

Em Braga, no sábado à noite, o secretário-geral do PS, António Costa, defendeu que para que o PRR tenha sucesso os municípios não podem “ser entregues a quem todos os dias aparece na televisão” a combatê-lo, em referência às críticas do PSD.

“Para que este plano tenha sucesso, nós não podemos ter os municípios entregues a quem todos os dias aparece na televisão a combater o Plano de Recuperação e Resiliência, temos que ter os municípios entregues a quem quer arregaçar as mangas e pôr rapidamente no terreno, e em execução, o PRR”, afirmou António Costa.