O cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Portalegre, António Ricardo, alertou esta quarta-feira que o partido “faz falta” ao município para “assegurar” que as propostas apresentadas pelos adversários nestas eleições autárquicas sejam cumpridas.
“O Bloco faz falta ao município, faz falta ter a sua voz na assembleia e na câmara e faz falta para assegurar que as diversas propostas e compromissos assumidos por outras candidaturas possam, de facto, ser postas em prática também”, disse.
António Ricardo, que falava à agência Lusa à margem de uma ação de campanha na Rua do Comércio, em Portalegre, recordou que a esquerda “nunca teve” oportunidade de liderar o município, puxando para esse desafio também a CDU.
“A esquerda nunca teve nos destinos da câmara, à esquerda do PS nunca esteve, e penso que seria uma altura boa para essa esquerda, o Bloco e, em particular, também a CDU, poderem fazer uma voz dentro deste município que faz falta”, defendeu.
O candidato do BE considera que o seu programa político tem marcado o debate nestas eleições autárquicas, principalmente junto do PS e do movimento que lidera o município, a Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP).
“Há sinais extremamente positivos, um dos sinais é os nossos candidatos adversários, em particular o PS e a CLIP terem já vindo a público, não só com investimentos para a reabilitação urbana e renovação da cidade, o que não deixa de ser importante. No programa do PS vem também já um conjunto de propostas que o Bloco defendeu no debate na RTP”, disse.
“Isso é um sinal positivo, quer dizer que o Bloco trouxe os temas para cima da mesa e que hoje [esta quarta-feira] se verifica que há preocupação dessas candidaturas, pelo menos, para acompanharem as propostas do Bloco”, acrescentou.
António Ricardo lançou ainda críticas ao PS e PSD, recordando que os dois partidos quando governaram o município de Portalegre “nada fizeram” pela cidade.
“Mas também não posso deixar de dizer as dezenas de anos que o PS e o PSD à frente dos destinos da câmara marcaram e que nada fizeram pela evolução da cidade, vê-se como ela está, olha-se para este comércio, uma série de lojas fechadas”, lamentou.
O candidato do BE considera que “é possível” a sua candidatura eleger um vereador e elementos para os restantes órgãos autárquicos, porque “é preciso dar uma volta” ao concelho de Portalegre.
“É preciso é que os portalegrenses acreditem que o futuro de Portalegre está também nas suas mãos”, disse.
O município de Portalegre é liderado por Adelaide Teixeira, eleita pela CLIP, estando também a autarca nesta corrida eleitoral em busca de um terceiro mandato.
Além do candidato do BE e da CLIP, a corrida eleitoral em Portalegre conta com as candidaturas de Luís Moreira Testa (PS), Hugo Capote (CDU) e Luís Lupi (Chega).
As eleições autárquicas realizam-se no domingo.
