Depois da passagem da lava batizaram-na de “Casa Esperança”, por simbolizar precisamente um sinal de esperança entre tamanha tragédia, mas o milagre acabou por não acontecer. A casa do casal octogenário dinamarquês que sobreviveu há dias à passagem da lava do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, nas Canárias, foi destruída, confirmou o fotógrafo Alfonso Escalero, que eternizou a “casa-milagre” na semana passada.

Cumbre Vieja. La Palma declarada oficialmente zona de catástrofe e lava chega ao mar

“Confirmaram-nos que a pequena casa da esperança já não está lá, junta-se às muitas casinhas que se encontram debaixo do cobertor do vulcão!”, escreveu o fotógrafo Alfonso Escalero, da Associated Press, numa publicação da página do Facebook I Love the World juntamente com a sua icónica fotografia. “Vamos procurar outro sinal que não nos faça perder a esperança nestes dias difíceis para todos nós.”

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A fotografia tornou-se viral e ganhou simbolismo no meio da tragédia que, até agora, já destruiu mais de 700 habitações e colocou cerca de duas mil em risco, por mostrar a casa completamente intacta e cercada por paredes de rocha vulcânica.

A casa pertence a Inge y Rainer Cocq, um casal reformado da Dinamarca, em El Paraiso, a zona mais atingida pela lava do Cumbre Vieja. A família referia-se à habitação como “la casita” e, em declarações à ABC, a filha do casal disse na semana passada que o seu pai ainda voltaria à casa “para avaliar a situação”, disse Yenny. Tal deslocação será agora em vão, depois de a lava ter acabado também por destruir aquela que passou a ser a “Casa Esperança”.  “Os meus pais investiram muito nesta casinha, adquiriram o terreno há cerca de 30 anos para construírem o seu bocadinho de céu”, recordou ainda a filha do casal.

Imagens de casa a escapar à lava do vulcão e outra a ruir em segundos tornam-se virais

Inge y Rainer Cocq descobriram que a sua casa tinha sobrevivido através de Ada Monnikendam, dona da empresa de construção de chalés  que erguera aquela habituação para o casal. Depois de verem a imagem, os dinamarqueses estavam contentes por serem tamanhos sortudos e verem a casa e as palmeiras intactas. “As palmeiras simbolizavam os seus filhos e netos”, conta Yenny citada pela ABC. “Os muros de pedra foram construídos pelo meu pai durante 30 anos, pouco a pouco.”