A Coreia do Norte recebeu ajuda médica para combater a Covid-19 por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), referiu às agências de notícias um dos responsáveis da instituição, esta quinta-feira. É um sinal de abertura das fronteiras norte-coreanas, ainda que pouca, depois de o país as ter fechado (ainda mais) numa política rigorosa para impedir a propagação da pandemia.

Edwin Salvador, um representante da OMS na Coreia do Norte, disse esta quinta-feira às agências Reuters e Associated Press que já chegaram ao país, por via marinha os primeiros “medicamentos, kits de emergência e equipamento médico”, destinados a apoiar serviços de saúde essenciais.

O mesmo representante diz que vai chegar ainda mais material, que está a ser enviado através do porto chinês de Dalian, para um “armazenamento estratégico e posterior envio” para o país norte-coreano. As declarações feitas às agências referem que o material da OMS, juntamente com “outros produtos enviados por agências das Nações Unidas”, está a cumprir quarentena no porto de Nampo.

O Norte restringiu severamente o tráfego entre fronteiras pouco depois de a pandemia começar, havendo alegações de que ordenou disparos contra quem tentasse violar este fecho. As Nações Unidas pediram esclarecimentos, segundo a Reuters, em agosto sobre esta matéria, não havendo algum tipo de resposta.

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A mesma agência diz que os dados aduaneiros chineses mostram que as rotas marítimas entre a Coreia do Norte e a China parecem estar a abrir, mas não foram detetados movimentos de mercadorias por via terrestre. As declarações foram dadas pelo ministro sul-coreano da Unificação, que estabelece relações com o Norte, à agência de notícias sul-coreana Yonhap.

A Coreia do Norte diz não ter sido registado nenhum caso de infeção pelo SARS-CoV-2, depois de testar pelo menos 40.700 pessoas até dia 23 de setembro, de acordo com a OMS. O facto de o país ainda não ter reportado casos de Covid-19 é algo de que os vizinhos da Coreia do Sul duvidam, bem como os Estados Unidos da América, apesar de não haver indicação de um grande surto.

Unicef diz que Coreia do Norte recusou três milhões de vacinas

Com um controlo de fronteiras severo e a insistência na ideia de que não tem casos, a Coreia do Norte também recusou receber três milhões de vacinas através do programa Covax, propondo que essas doses fossem doadas aos países mais afetados pela pandemia, como disse a Unicef no mês de setembro.

No entanto, Edwin Salvador diz que a OMS também continua a trabalhar com os norte-coreanos para que completem os requerimentos técnicos para receber vacinas através do programa Covax e assegura que o país já desenvolveu um plano nacional de distribuição de vacinas.