Depois de ter sido a primeira marca a disponibilizar, no mercado norte-americano, um eléctrico a fuel cell, o Mirai da primeira geração, em 2016, a Toyota quis novamente afirmar a sua aposta nesta tecnologia alternativa às baterias com o Mirai de segunda geração. Para tal, o construtor nipónico desafiou o especialista em hypermiling Wayne Gerdes a levar o novo Mirai a percorrer a maior distância possível, sem reabastecer de hidrogénio. E o registo, alcançado juntamente com o co-piloto Bob Winger, foi certificado pelos representantes do Guinness World Records: mais de 845 milhas, o equivalente a 1360 quilómetros.

A prova, agora divulgada, foi levada a cabo em Agosto e dividida em duas etapas, com a partida e a chegada a terem lugar nas instalações do centro técnico da Toyota em Gardena, na Califórnia, precisamente o local onde se processa o desenvolvimento das células de combustível a hidrogénio do construtor japonês. No primeiro dia, com duas trocas de condutor, o Mirai de série (sem qualquer alteração para esta prova), percorreu 473 milhas, cerca de 761 km. No segundo dia, a distância foi menor, por o percurso incluir mais loops locais e as horas de ponta na ligação de Los Angeles a San Diego, de manhã e à tarde. Ainda assim, quando voltou a encostar no centro técnico da Toyota em Gardena, sem mais hidrogénio para prosseguir viagem, o Mirai contava com mais 372 milhas, à volta de 598 quilómetros.

Significa isto que, depois de uma operação de cinco minutos a reabastecer e uma vez selada a tampa do depósito pelos representantes do Guinness, o Mirai percorreu em dois dias um total de 1360 quilómetros, o que é mais do dobro da autonomia anunciada para a berlina nipónica. Em EPA, o Mirai XLE estima uma autonomia de 402 milhas (647 km), ou seja, um incremento de 30% face à anterior geração.

Esta proeza deve-se-á, em grande parte, às técnicas adoptadas na condução pelos especialistas nestas lides de “estender” o alcance, evitando velocidades elevadas, travagens fortes, acelerações bruscas e reduzindo ao mínimo o consumo de energia a bordo – desligar o ar condicionado costuma ser um dos “truques”.

A marca não faz qualquer referência à velocidade média com que estabeleceu o recorde do Guinness para um veículo movido a hidrogénio, mas sempre indica que o consumo médio se situou numas incríveis 152 milhas por galão, qualquer coisa como 0,02 l/km. Outro dado curioso é que, na rota que o levou ao recorde, o Mirai passou por 12 estações onde poderia reabastecer os seus tanques de hidrogénio. Nunca o fez e pelo escape saiu apenas vapor de água. Ao passo que, no mesmo percurso, um veículo com motor de combustão interna teria emitido cerca de 300 kg de CO2, segundo a Toyota.

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