A debandada no CDS continua. Cecília Meireles não vai entregar o cartão de militante, mas decidiu deixar o Parlamento quando este mandato acabar e não voltará a ser candidata nem a assumir “cargos partidários” em nome do CDS.

A novidade foi dada em declarações à TSF e ilustra o momento conturbado que o CDS vive, sendo Cecília Meireles um dos rostos mais conhecidos do partido e da bancada parlamentar. Esta será mesmo, diz e insiste a deputada, “a única decisão possível”, dada a situação no CDS. “Deixo o Parlamento e planeio virar uma página e começar uma vida nova”, remata, admitindo a “emoção” que sente por pôr um ponto final neste percurso.

Mas a deputada vai mais longe e refere declarações que o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, terá feito no Conselho Nacional e que terão sido uma gota de água para a democrata-cristã. “O presidente dirigiu-se a um grupo de pessoas de que também faço parte, dizendo que fazíamos terrorismo político, que passávamos a nossa vida a defender uma coisa e a fazer outra e que toda esta confusão era por causa de lugares de deputados. Isto são coisas graves de se ouvir e que não podem passar em branco”, explica à TSF.

Feita a explicação — que considera ser sua “obrigação” –, o rosto da área das Finanças do CDS no Parlamento, eleita por quatro legislaturas consecutivas, conclui, por várias vezes, que se tornou mesmo “impossível” ter “condições para voltar a ser candidata no CDS ou pelo CDS” a qualquer cargo.

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A decisão surge no meio de uma verdadeira debandada no Parlamento e no partido. Se há meses João Gonçalves Pereira, que tinha substituído Assunção Cristas, já tinha decidido sair do Parlamento, nas últimas semanas Ana Rita Bessa e João Almeida tomaram a mesma decisão, ainda antes do fim do mandato, por entre muitas críticas à atual direção.

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Mas o quadro estende-se ao resto do partido: depois de o Conselho Nacional do CDS ter decidido adiar o congresso para depois das eleições legislativas, impedindo que Nuno Melo possa disputar a liderança do partido antes de ir a eleições, figuras de peso como Adolfo Mesquita Nunes ou António Pires de Lima anunciaram a desfiliação.