A farmacêutica britânica Emergex propõe uma nova geração de vacinas contra a Covid-19: é colocada na pele, como um adesivo, e quer desencadear diretamente a resposta com células T (um dos componentes do sistema imunitário).

Os ensaios clínicos com humanos arrancam no dia 3 de janeiro de 2022, em Lausanne (Suíça), e vai contar com 26 voluntários, numa primeira fase, informa a farmacêutica. Até junho de 2022, a empresa espera ter os primeiros resultados dos testes com uma dose mais baixa e outra mais alta. A vacina, no entanto, poderá só estar no mercado em 2025.

É possível eliminar o coronavírus sem produzir anticorpos?

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A vacina consiste num adesivo que se coloca na pele, com microagulhas, que vão injetar pequenas partículas de ouro cobertas de pedaços de proteínas do vírus.

A ideia é produzir diretamente células T capazes de matar as células humanas infetadas com o coronavírus SARS-CoV-2 e retirá-las rapidamente do organismo — sem possibilidade de o vírus se replicar ou provocar doença. A vantagem é que as células T podem atacar as diversas variantes do coronavírus.

As restantes vacinas, quer baseadas em mRNA, quer baseadas em adenovírus, despertam uma resposta inicial com anticorpos que bloqueiam as células infetadas, que posteriormente serão eliminadas pelas células T (cuja produção também desencadeada pelas vacinas existentes).

Danny Altmann, professor de imunologia do Imperial College de Londres, continua a defender a capacidade de as vacinas existentes desencadearem a produção de anticorpos neutralizantes. Ao jornal The Guardian defendeu que a vacina da Emergex pode ser importante se usada como complemento, num esquema de mistura de vacinas num mesmo plano vacinal.