Continua a troca de galhardetes entre Rui Rio e Paulo Rangel. Depois de o eurodeputado ter aproveitado o debate em diferido para acusar o atual líder do PSD de não ambicionar mais do que ser número dois de António Costa, Rio respondeu: “Nota-se uma fraqueza muito grande na argumentação.”

Na Madeira, no segundo de dois dias de campanha interna, ao lado de Alberto João Jardim e de Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, Rui Rio aproveitou para voltar a sugerir que o adversário direto não tem preparação para o cargo que quer ocupar e, como tal, vai vivendo ao sabor do vento.

“Ninguém neste momento entende como necessário um Bloco Central, ninguém vai fazer isso. Quando Paulo Rangel diz que não corre para vice-primeiro-ministro… Não sabe o que há-de dizer e inventa essa. Não tem pés nem cabeça. Não tem sentido nenhum”, cortou.

Para Rio, de resto, a insistência de Rangel em forçar uma colagem a António Costa tem como único propósito “tentar iludir as pessoas“. “Era bom que os argumentos fosse mais reais e mais sustentáveis. Mas para isso é preciso tempo e ele não tem. Portanto, todos os dias diz qualquer coisa”, ironizou.

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Para lá da campanha interna, o líder social-democrata voltou a recuperar um tema que já tinha levado para as autárquicas de 2021, desta vez aplicada à realidade concreta da Madeira: a falta de rigor identificada por Rio na atribuição de subsídios de desemprego e de reinserção social.

“Apoios sociais são para quem precisa deles. Não para quem não quer trabalhar. Precisamos de uma política justa, mas rigorosa. Uma sociedade para evoluir tem de ter rigor mas com consciência social. Apoios sociais são para todos aqueles que precisam. Não quero diminuir apoios sociais nenhuns“, sublinhou Rio.

Ainda sobre a Madeira, em particular sobre a relação entre o Governo da República e o Governo Regional, o líder social-democrata defendeu a criação de um “grupo de missão” para começar a tratar, em poucos meses, de “uma série assuntos pendentes” que continuam por resolver. Iniciado esse processo, continuou Rio, deveria depois existir um “interlocutor privilegiado” no executivo com a responsabilidade de tratar diretamente com os presidentes dos governos regionais.

Mesmo a terminar, uma palavra também para António Costa: confrontado com as recentes demissões no Hospital Santa Maria, Rui Rio aproveitou a deixar para acusar o Governo socialista de ter sido responsável pela degradação acentuada dos serviços públicos, em particular da Saúde, o que contribuiu, argumentou o social-democrata, para que Portugal tenha hoje uma taxa de mortalidade “muito superior” ao que seria admissível.

Sobre a frente pandémica, e mesmo não querendo antecipar o que vai defender junto do Governo quando for ouvido por António Costa, esta quarta-feira, Rio alertou para a importância de avançar com as estruturas necessárias à administração da terceira dose e aumentou a pressão.

“Temos um conhecimento acumulado que não tínhamos há um ano e, portanto, nós temos de aproveitar esse conhecimento acumulado aos mais diversos níveis, até ao nível da montagem rápida de uma estrutura de vacinação. O Governo tem de estar capaz de rapidamente voltar a montar as estruturas, que entretanto desmantelou, no sentido de conseguirmos levar a terceira dose rapidamente”, rematou.

O ziguezagueante contra o candidato a vice de Costa. Rio e Rangel medem forças no debate possível