O presidente do PSD e recandidato ao cargo sugeriu esta terça-feira ao primeiro-ministro que exija à EDP os impostos que são devidos na sequência da venda de seis barragens, valor suficiente para o Governo comparticipar metade do novo hospital da Madeira.

Rui Rio visitou as obras do novo Hospital da Madeira, no Funchal, momento que aproveitou para salientar a polémica em torno do compromisso da comparticipação financeira de 50% da unidade hospitalar, por parte do Estado, que “quer deduzir o valor económico das instalações do atual hospital que, ainda por cima, são propriedade da região”.

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“Eu gostava de juntar aqui uma polémica nacional a esta polémica regional para explicar o que está em causa. Estão em causa 125 milhões de euros e, se todos estão recordados, eu tenho vindo a levantar, de uma forma sustentada, na Assembleia da República e fora dela, o perdão fiscal que este Governo deu à EDP por conta da venda das barragens do Douro, que a EDP vendeu”, apontou.

O candidato do PSD acrescentou que o Governo liderado por António Costa “deu um perdão fiscal de cerca de 110 a 120 milhões de euros à EDP, que tem de pagar imposto de selo, não quer pagar imposto de selo e o Governo aparece como o principal advogado da EDP para a EDP não pagar aquilo que deve”.

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“Pois bem, eu faço uma sugestão, que é o Governo seguir aquilo que a Autoridade Tributária entende, que é que a EDP deve pagar os impostos são devidos e isso é uma soma exatamente igual à que é necessária para dar a devida comparticipação aqui”, sublinhou, reforçando que “a coisa fica a custo zero para o Estado se o Estado puser a EDP a pagar o que deve, tal como pôs todos os contribuintes a pagar os seus impostos“.

“Parece-me uma boa ideia, não sei se o senhor primeiro-ministro está de acordo, mas parece-me uma ideia excelente”, acrescentou.

Questionado, por outro lado, se garante a verba correspondente a metade do valor da construção do novo hospital da Madeira caso seja eleito chefe do executivo em 30 de janeiro, respondeu: “Se o dr. Rui Rio for primeiro-ministro é evidente que, se nós obrigamos os contribuintes a pagar os seus impostos, é evidente que, por maioria de razão, temos de obrigar as grandes empresas a pagar os seus impostos“.

“Porque o Partido Socialista apoia pouco as pequenas e médias empresas, mas depois é mãos largas para aquilo que são as grandes empresas. O novo banco, a TAP e neste caso o perdão fiscal à EDP”, criticou.

A obra de construção do novo Hospital Central da Madeira, atualmente em fase de terraplanagens, está orçada em cerca de 340 milhões de euros e o Governo da República assegura o cofinanciamento em 50% da construção, fiscalização da empreitada e aquisição de equipamento médico e hospitalar.

A nova unidade hospitalar, localizada na freguesia de São Martinho, no Funchal, abrange uma área de 172 mil metros quadrados e terá 607 camas, sendo 79 de cuidados intensivos e 503 destinadas a internamento geral, um parque de estacionamento com capacidade para quase 1.200 automóveis e um heliporto.

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Rui Rio fez ainda um “balanço positivo” da visita de dois dias à Madeira, iniciada na segunda-feira, no âmbito da campanha para as eleições diretas do PSD, realçando que se dedicou, sobretudo, “às questões da região”, quer as mais antigas como as mais recentes.

Mais de 46.000 militantes do PSD vão poder votar, no próximo sábado, nas eleições diretas para escolher o presidente do partido. São candidatos o atual líder, Rui Rio (que já divulgou no domingo a sua moção de estratégia, intitulada “Governar Portugal”) e o eurodeputado Paulo Rangel que apresentou esta segunda-feira a sua moção “Portugal: Ambição e Esperança”.