O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta sexta-feira que a interrupção de atividades, entre 2 e 9 de janeiro, é “um intervalo” para “ajudar” a controlar situação pandémica.

“Qual é a ideia do início de janeiro? A ideia não é original, porque já aconteceu noutras situações, que é quebrar um bocadinho aquilo que poderia ser a ligação entre uma época mais intensa, mesmo quando moderada, e uma época que é inevitavelmente intensa que é o recomeço das aulas”, adiantou, à margem da apresentação de uma campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, essa semana de contenção tem como principal objetivo “estabelecer um intervalo entre uma coisa e outra”, podendo “ajudar ir controlando a situação”.

“Há um ano havia cinco mil e tal casos no dia de hoje. […] 5.444 casos, internados 3.208, não tem comparação com o que se passa hoje, cuidados intensivos 526, mortos 67… Estávamos numa situação incomparável aquela em que nos encontramos hoje”, lembrou.

O chefe de Estado apelou ao bom senso e à preocupação, mas, sustentou, que não deve haver “alarmismo”.

A Covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

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Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.393 pessoas e foram contabilizados 1.136.446 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar maior infecciosidade.

Sobre a suspensão de voos para e de países africanos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que era uma decisão do Governo.

“Não tenho de ter opinião. […] É muito insensato o Presidente da República substituir-se ao Governo“, frisou.

Os voos de e para Moçambique vão ser suspensos a partir das 00h00 de segunda-feira, 29 de novembro, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Administração Interna (MAI), impondo ainda quarentena a passageiros oriundos de um conjunto de países africanos.

Governo português suspende voos de e para Moçambique a partir das 00h00 de segunda-feira

“No âmbito das medidas de combate à pandemia da doença Covid-19 aplicadas ao tráfego aéreo, o Governo determinou a suspensão dos voos de e para Moçambique a partir das 00h00 de segunda-feira, 29 de novembro”, refere a nota do MAI.

A decisão surge no seguimento das preocupações e medidas de contenção na União Europeia, suscitadas pela deteção de uma nova variante, na África do Sul, potencialmente mais infecciosa, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) denominou Omicron. 

OMS batiza nova variante de Ómicron e considera-a de “preocupação”

“Já a partir das 00h00 deste sábado, 27 de novembro, todos os passageiros de voos oriundos de Moçambique (assim como da África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué) ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental, no domicílio ou em local indicado pelas autoridades de saúde”, determina ainda o Governo português, segundo a nota do MAI hoje divulgada.