Portugal vai ultrapassar os 960 novos casos de infeção pelo coronavírus por 100 mil habitantes, a linha vermelha para a proporção de novos casos, dentro de duas semanas a um mês, aponta o mais recente relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

As autoridades de saúde confirmaram que a variante Ómicron já é dominante em Portugal, uma informação que já tinha sido avançada no início da semana com o relatório da diversidade genética do SARS-CoV-2. A variante Delta foi a dominante em Portugal no período das semanas 48 e 49 de 2021 (29 de novembro a 12 de dezembro), mas já foi ultrapassada pela Ómicron à conta de um aumento muito acentuado da circulação desta variante a partir de dia 6 de dezembro.

INSA. Quase metade dos novos casos em Portugal já são da variante Ómicron

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O INSA avisa que a intensidade da atividade epidémica é “elevada” e que a capacidade de de rastreamento de contactos de casos revela “sinais de pressão”. Recomenda-se “o reforço das medidas de distanciamento social, da testagem, vacinação de reforço de grupos elegíveis e capacitação dos serviços de saúde para um aumento rápido de procura”.

O número de casos de Covid-19 internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) corresponde a 61% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas. É, ainda assim, uma diminuição em relação aos 62% da semana anterior. O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 630 casos. A métrica está a crescer a nível nacional, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo, que regista o R(t) mais alto do país: 1,22 (a média nacional é 1,11).

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Risco de morte é três a cinco vezes menor para os vacinados

De acordo com o mesmo relatório, o risco de morte para os casos de covid-19 diagnosticados em novembro deste ano, nas pessoas com vacinação completa, era três a cinco vezes menor do que nas pessoas sem esta cobertura. “Entre 01 e 31 de outubro de 2021, os casos com esquema vacinal completo parecem apresentar um risco de hospitalização aproximadamente duas a seis vezes inferior aos casos não vacinados”.

Os autores do documento ressalvam que “estes resultados apenas têm em consideração a ocorrência de hospitalização, independentemente de características específicas dos casos, pelo que devem ser enquadrados com os dos estudos de efetividade vacinal, que têm em consideração esses fatores, e interpretados com precaução, dados os métodos diferentes utilizados por cada abordagem”.

A proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 aumentou para 3,4% (na semana anterior foi de 3,1%), encontrando-se abaixo do limiar definido de 4%. Segundo a avaliação das autoridades de saúde internacionais, uma taxa de positividade abaixo dos 5% confirma que a epidemia está sob controlo. A proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 3% (na semana passada foi de 3,6%), mantendo-se abaixo da linha vermelha de 10%.

Nos últimos sete dias, 84% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, o que revela mais pressão do que na semana passada, quando a percentagem era de de 89%). No mesmo período foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 58% dos casos.