As Forças Democráticas da Síria (FDS) anunciaram esta quarta-feira terem recuperado o controlo “total” de uma prisão no nordeste do país, pondo fim aos seis dias de motins liderados por presos do grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI).

“A campanha militar e de segurança ‘Martelo dos Povos’ culminou com as nossas forças a assumir o controlo total da prisão de al-Sina, em Hassaké, e com a rendição de todos os elementos do EI“, anunciou a aliança armada liderada pelos curdos num curto comunicado.

As FDS, contudo, não se pronunciaram sobre a situação dos cerca de 700 menores que permanecem dentro das instalações prisionais e que estavam a ser usados pelo grupo ‘jihadista’ como “escudos humanos” para impedir um ataque às suas posições.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) confirmou a rendição de um grupo de terroristas que permanecia entrincheirado no sótão de uma camarata dentro do centro penitenciário e que, até agora, se recusava a aceitar os apelos de capitulação feitos pelas forças curdo-sírias.

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No entanto, o OSDH, organização com sede no Reino Unido e com uma vasta rede de colaboradores no terreno, garantiu que ainda há algumas partes da prisão por verificar, admitindo a possibilidade de lá se encontrarem mais ‘jihadistas’.

Contudo, Farhad Shami, porta-voz das FDS, ao anunciar a retoma do “controlo total” da prisão, sublinhou que “todos os ‘jihadistas'” entrincheirados no centro de detenção na cidade de Hassaké se renderam.

Na quinta-feira passada, mais de uma centena de ‘jihadistas’ participaram, dentro e fora da estrutura prisional, num ataque coordenado contra a prisão localizada no distrito de Ghwayran.

Os prisioneiros amotinaram-se contra os guardas e apoderaram-se de um arsenal de armas para participar nos motins ao lado de combatentes do EI que conseguiram infiltrar-se na prisão.

Tratou-se do maior ataque lançado pelo grupo radical islâmico desde que saiu derrotado pelas forças curdas na Síria, há quase três anos, segundo o OSDH.

De acordo com o observatório, em seis dias de violência, dentro e em redor da prisão, morreram 181 pessoas: 124 jihadistas, 50 combatentes curdos e sete civis.

A organização não-governamental indicou ainda que vários ‘jihadistas’ conseguiram escapar, desconhecendo-se, para já, quantos.