O CEO da Spotify defendeu junto dos seus funcionários o acordo de exclusividade alcançado com Joe Rogan, que considera crucial para o serviço de streaming da plataforma, embora admita discordar com o polémico apresentador em “muitas coisas”.
Os comentários de Daniel Ek foram divulgados esta quinta-feira enquanto se mantém a polémica em torno do programa “The Joe Rogan Experience”, considerado como o podcast mais popular dos Estados Unidos, acusado por muitos de transmitir desinformação sobre a Covid-19.
O responsável conversou com funcionários “desapontados ou revoltados” com as declarações de Rogan, e garantiu que a Spotify assinou um contrato de exclusividade, no valor estimado de 100 milhões de dólares (cerca de 89,6 milhões de euros), e que a plataforma não tem “controlo editorial” sobre o podcast.
Spotify admite falta de transparência e cria regras para conteúdos sobre a Covid
“Há muitas coisas que Joe Rogan diz que eu discordo fortemente e considero muito ofensivas”, admitiu, segundo a transcrição de uma reunião, divulgado pelo portal The Verge.
O podcast tem 11 milhões de assinantes, o que o torna o número um global para a plataforma.
Joe Rogan é acusado de desencorajar a vacinação entre os jovens e pressionar sobre o uso de um tratamento não autorizado contra a Covid-19, a ivermectina.
O programa tem sido repetidamente criticado por promover teorias de conspiração sobre o novo coronavírus e encorajar a não vacinação, como 270 médicos e cientistas americanos advertiram, há algumas semanas, numa carta dirigida à Spotify, um serviço de streaming de música, podcast e vídeo.
Neil Young e Joni Mitchell anunciaram recentemente que retirariam a sua música da Spotify em protesto contra o podcast de Rogan, tal como o fez também Graham Nash. O príncipe Harry e a sua esposa, Meghan Markle, e a Casa Branca juntaram-se às críticas.
Casa Branca insta Spotify a fazer mais para combater desinformação sobre a Covid-19
Em resposta, a plataforma anunciou no domingo que incluirá um aviso de conteúdo sobre “qualquer episódio de podcast que inclua uma discussão sobre a Covid-19“.