A União Europeia (UE) vai financiar a construção da fábrica de tratamento de pimenta de São Tomé e Príncipe, com um milhão de euros, para garantir normas de higiene e segurança alimentar e a valorização no mercado internacional.

A infraestrutura vai beneficiar a Cooperativa de Produção e Exportação de Pimenta e Baunilha Biológica (Cepiba) no âmbito do projeto de apoio às fileiras agrícolas de exportação financiado pela UE em seis milhões de euros e executado pelo Instituto Marquês de Vale Flor, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural.

“Com as novas instalações a Cepiba poderá absorver a totalidade da produção da pimenta dos seus associados, algo que não era possível até à data pela falta de espaço, infraestruturas de apoio para transformação e armazenamento”, disse David Morucci, em representação da embaixadora da UE para São Tomé e Príncipe.

Segundo David Morucci, “além de aumento da capacidade de transformação de maiores volumes de pimenta, a Cepiba poderá garantir durante o processo o cumprimento das normas de higiene e segurança alimentar que são essenciais para a comercialização e a valorização deste produto de excelência de São Tomé e Príncipe no mercado internacional”.

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O representante da EU assegurou que “o projeto adota uma abordagem da agricultura sustentável e adaptação às mudanças climáticas” para consolidar as fileiras agrícolas tradicionais de São Tomé e Príncipe, “tais como o cacau e a baunilha”, mas também as não tradicionais, incluindo “o desenvolvimento das infraestruturas rurais, a capacitação de pequenas organizações, a igualdade de género e a promoção da integração e da inovação”.

“A União Europeia apraz-se com este apoio que contribui para a implementação dos planos nacionais do desenvolvimento da República de São Tomé e Príncipe que definem como um dos seus principais objetivos o aumento da produção e diversificação das cultivações alimentares e a expansão da cultivação de exportação”, disse David Morucci.

“Com esta infraestrutura vamos criar condições para que a cooperativa da pimenta possa responder às exigências do mercado onde vamos começar a ter segurança para a produção”, assegurou Francisco Ramos, que fez esta sexta-feira o lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica, na zona de Rio Lima, no distrito de Mé-Zóchi.

O ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural considerou que “esta unidade de preparação tem imensa importância para todos”, sendo que o Governo está “a criar condições para garantir a qualidade”, mas “a quantidade e regularidade [da produção] dependem dos produtores de pimenta”.

A falta de água potável e de eletricidade no local da construção da fábrica são problemas que o ministro Francisco Ramos acredita que poderão ser solucionados, nomeadamente através da instalação de painéis solares ou recurso a energia hídrica.