O recente reforço da presença de tropas da NATO na Lituânia, Estónia e Polónia, através de acordos bilaterais, poderá tornar-se permanente, anunciou quarta-feira o presidente do comité militar da Aliança Atlântica, Rob Bauer.

Bauer disse que o envio adicional de tropas alemãs para a Lituânia e de tropas britânicas para a Estónia, além das norte-americanas para a Polónia, faz parte da “vigilância aumentada” da NATO sobre a concentração de tropas russas nas fronteiras com a Ucrânia.

Em declarações a partir de uma base militar na Lituânia, Bauer admitiu mesmo que esta missão possa vir a adquirir um caráter permanente, se os Governos dos países da Aliança Atlântica assim o decidirem.

Um porta-voz da NATO, citado pelas agências internacionais, confirmou que a próxima reunião dos ministros da Defesa dos 30 Estados-membros da aliança será realizada nos próximos dias 16 e 17 em Bruxelas.

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O vice-secretário-geral da NATO, Mircea Geoana, também presente na Lituânia, declarou que a organização realizará exercícios militares na Noruega, no final de março.

Estas manobras vão reunir cerca de 35.000 soldados de 28 países e irão mostrar, segundo explicou Mircea Geoana, que a organização está pronta “para tomar todos os tipos de medidas em qualquer lugar, do norte do Mediterrâneo ao ciberespaço”.

Tanto Geoana como Bauer – almirante da Marinha holandesa – viajaram para o país báltico para comemorar o quinto aniversário da missão “Enhanced Forward Presence”, tendo aproveitado para reunir com as autoridades lituanas, em Vilnius.

O Presidente lituano, Gitanas Nauseda, aproveitou o encontro para agradecer à Alemanha pela decisão de enviar 350 soldados adicionais para o seu país.

Nauseda classificou a situação atual como “preocupante”, dizendo que a Rússia continua a sua escalada de presença militar na Ucrânia e, mais recentemente, na Bielorrússia.

“A Rússia continua a ter ambições de redefinir a arquitetura de segurança europeia”, disse Nauseda.

O Presidente lituano também disse que seu país gasta atualmente 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na área da defesa e que aumentará esse valor para 2,5% em 2030.

Na Letónia, o ministro da Defesa, Artis Pabriks, pediu recentemente aos deputados para apoiarem o aumento dos gastos com Defesa para 2,5% do PIB, nos próximos três anos, do nível atual de pouco mais de 2%.

Os três grupos de combate da missão da NATO, um em cada país, somam cerca de 1.500 soldados, tendo uma função de dissuasão perante potenciais ameaças.