O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, mostrou-se esta quinta-feira convencido de que não haverá uma guerra na Ucrânia, após o início de manobras militares conjuntas entre as forças bielorrussas e russas que despertaram receios em Kiev e junto da NATO.
“Estou convencido de que não haverá uma guerra ‘quente‘”, disse Lukashenko, durante uma reunião do Governo bielorrusso.
As declarações de Lukashenko foram proferidas num momento em que se desenrolam manobras militares conjuntas entre a Rússia e a Bielorrússia para testar as capacidades de combate das forças de reação rápida.
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O líder bielorrusso disse que, mesmo “se algum nazi maluco na Ucrânia criar uma provocação”, as forças do seu país não entrarão em guerra.
“Não estamos sequer perto dessa guerra”, acrescentou Lukashenko, embora avisando que, em caso de conflito entre a Ucrânia e a Rússia, o seu país ficará do lado russo, sublinhando os riscos da posição provocadora de Kiev e do Ocidente.
“A guerra não está a acontecer apenas nos media de massas. Há também uma guerra económica contra nós“, frisou o líder bielorrusso.
Moscovo e Minsk têm defendido a “transparência” dos exercícios conjuntos, que não ultrapassariam os limites contemplados pelos acordos internacionais, enquanto acusam a NATO de ter mais do que duplicado as manobras militares, no ano passado, procurando ampliar a sua presença militar perto das fronteiras dos dois países.
No primeiro dia dos exercícios militares conjuntos da Rússia e da Bielorrússia, os aviões de assalto Su-25SM, que geralmente estão colocados no Extremo Oriente, participaram em manobras de eliminação de hipotéticos alvos blindados inimigos no solo.
Durante os exercícios — em que participa o maior destacamento militar da Bielorrússia desde a Guerra Fria, segundo o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg – também serão ensaiadas as operações de defesa dos dois países contra agressões externas, bem como ações antiterroristas.
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Nos últimos dias, os Estados Unidos da América (EUA) denunciaram que a Rússia já mobilizou 5.000 soldados russos na fronteira entre a Ucrânia e a Bielorrússia e planeia aumentar esse número para 30.000.
Este movimento inclui a ativação de mísseis táticos Iskander, que as forças militares russas alegam serem capazes de superar o escudo antimísseis dos EUA.
O Kremlin (Presidência russa) defendeu a legitimidade dos exercícios militares na Bielorrússia, lembrando que os dois países estão sujeitos a “ameaças sem precedentes”, tendo ainda garantido que as unidades russas voltarão às suas localizações permanentes no final dos exercícios.