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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 22.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Ataques russos continuaram de noite, mas invasão está "estagnada em todas as frentes". Zelensky pediu ajuda aos alemães, dizendo-lhes que estão "a financiar a guerra". Negociações recomeçaram.

A guerra na Ucrânia prolonga-se há 22 dias
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A guerra na Ucrânia prolonga-se há 22 dias

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A guerra na Ucrânia prolonga-se há 22 dias

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A guerra na Ucrânia entrou esta quinta-feira no 22.º dia de conflito armado desde que a Rússia invadiu o território ucraniano, a 24 de fevereiro. Depois de uma noite marcada por discursos intensos — Vladimir Putin acusou os russos que se opõem à guerra de traição, disse que serão cuspidos “como um mosquito”, Volodymyr Zelensky pediu aos soldados russos que se rendessem —, esta quinta-feira ficou marcada por novos ataques de mísseis russos contra a capital ucraniana, Kiev, contra uma escola na região de Kharkiv, por nova intervenção de Zelensky, num Parlamento, desta vez o alemão e pelo retomar das negociações.

Embora as forças armadas russas mantenham as suas posições no território ucraniano e continuem a exercer pressão armada sobre as cidades da Ucrânia, nas últimas 24 horas não se registaram grandes avanços russos sobre os principais pontos do território ucraniano. Aliás, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirma mesmo que a invasão russa está “estagnada em todas as frentes”. Esta quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU volta a reunir-se para discutir a situação humanitária na Ucrânia.

Atualizado a 17 de março

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

Fica aqui um ponto de situação. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador, que estão também a ser contados pelos enviados especiais do Observador à Ucrânia, Pedro Jorge Castro e João Porfírio.

O que se passou ao início da noite?

  • Volodymyr Zelensky confirmou, pela primeira vez, que as forças armadas russas estão “a recrutar mercenários de outros países”. Sobre as negociações com a Rússia, Volodymyr Zelensky salientou que não é “altura para revelar as táticas”. “As conversas para a paz, para a soberania, para a integridade dos nosso Estados” demoram tempo, frisou.
  • As autoridades ucranianas revelaram que foram resgatadas 130 pessoas com vida dos escombros do teatro de Mariupol, desconhecendo-se quantas centenas continuarão dentro do teatro que servia de abrigo.
  • Outra informação vinda das autoridades ucranianas aponta para bombardeamentos sem tréguas na cidade: estarão a cair 50 a 100 bombas todos os dias em Mariupol.
  • Entretanto, no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia justificou os ataques culpando a Ucrânia. Segundo o representante russo, no teatro russo estariam membros do batalhão de extrema-direita Azov, que estaria a fazer reféns entre os civis. As acusações foram mais longe, com a Rússia a comparar a situação ao cerco aos nazis em Berlim, no final da Segunda Guerra Mundial.
  • No entanto, a Rússia desistiu de levar a votação na ONU uma “resolução humanitária”, embora não o retirem o projeto. Analistas internacionais apontam para uma possível falta de apoio da China e da Índia que poderá ter levado a Rússia a recuar.
  • A Rússia vai pedir esta sexta-feira uma reunião urgente porque diz ter novas provas, encontradas durante a invasão, da existência de bio-laboratórios norte-americanos na Ucrânia.

O que se passou durante a tarde?

  • O Conselho de Segurança da ONU esteve reunido para discutir a situação humanitária na Ucrânia. Os EUA garantiram que a Rússia será responsabilizada pelos crimes de guerra cometidos, enquanto Moscovo negou ter bombardeado cidades, culpando os “nazis ucranianos” pelo “banho de sangue”. A China teve talvez o discurso que mais surpreendeu, tendo o país anunciado que enviara ajuda para a Ucrânia.
  • Os EUA continuam”preocupados” com a possibilidade de a China fornecer equipamento militar à Rússia.
  • Numa conferência de imprensa, Antony Blinken, ameaçou a China com sanções caso apoiar a Rússia, horas antes de Xi Jinping e Joe Biden falarem ao telefone. O secretário de Estado norte-americano acusou também Moscovo de cometer crimes de guerra.
  • Joe Biden endureceu o discurso contra Putin, chamando-o  “ditador assassino” e “rufia puro”, 24 horas depois de ter chamado “criminoso de guerra” ao Presidente russo.
  • Sobre estas declarações de Joe Biden, o Kremlin voltou a reagir, dizendo que eram palavras “inaceitáveis, imperdoáveis e inadmissíveis”.
  • A Rússia avisou a Bósnia-Herzegovina para não se juntar à NATO. O embaixador russo no país, Igor Kalabukhov, comentou em direto na televisão bósnia que a Rússia iria “reagir” caso isso acontecesse.
  • Macron, que falou hoje ao telefone com Zelensky, não descartou hoje ir a Kiev — mas apenas se ajudar a resolver a crise.
  • Zelensky e Putin poderão mesmo reunir, admitiu o conselheiro do Presidente ucraniano.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, mostrou-se esperançoso de um cessar-fogo no futuro.
  • No entanto, um responsável norte-americano salientou que há um “fosso muito grande” entre as posições da Ucrânia e da Rússia.
  • Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 condenaram os “ataques indiscriminados a civis” por parte das forças russas e sublinharam que os “responsáveis por crimes de guerra” serão responsabilizados.
  • Atuais e antigos membros do Parlamento Europeu, do Parlamento e do governo de vários países da Europa querem o Presidente da Ucrânia e do povo ucraniano na corrida ao Prémio Nobel da Paz.

O que se passou durante a manhã?

  • O governador da região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, indicou que morreram 53 pessoas vítimas dos ataques ocorridos esta quarta-feira. “Estamos a sofrer grandes perdas”, disse Viacheslav Chaus;
  • Presidente ucraniano falou no Parlamento alemão e repetiu que as sanções não são suficientes para parar a guerra. Zelensky dirigiu-se diretamente a Olaf Scholz e pediu ao chanceler alemão para “desmantelar este muro“. “Pare esta guerra, faça aquilo que deixará orgulhosas as gerações futuras”, disse, acrescentando: “A Rússia continua a usar-vos para financiar esta guerra”;
  • O Kremlin disse que a notícia do Financial Times desta quarta-feira, sobre progressos nas negociações, é “errada”. “Não é correta. Há elementos que são corretos mas no geral a notícia está errada”, comentou o governo russo, citado pela Bloomberg. Depois desta notícia, o preço do petróleo voltou às subidas.
  • Ainda do lado russo, o ex-Presidente Dmitry Medvedev criticou o que diz ser uma “russofobia nojenta” provocada pelos Estados Unidos da América e avisou que “os inimigos da Rússia serão postos no seu lugar”;
  • A Rússia anunciou ainda que não vai interromper a invasão da Ucrânia mesmo depois de o tribunal das Nações Unidas ter ordenado essa interrupção imediatamente;
  • Foram realizados novos ataques aéreos esta manhã na cidade portuária de Mariupol, segundo uma declaração do gabinete do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, citado pela agência de notícias Associated Press;
  • Ainda assim, durante a manhã recomeçaram também as negociações por vídeo-conferência entre a Ucrânia e a Rússia;
  • Várias pessoas começaram a ser retiradas com vida do teatro em Mariupol, que foi atingido por uma bomba russa na quarta-feira. O deputado ucraniano Dmytro Gurin informou que “parece que a maior parte deles [dos cerca de mil civis neste abrigo] sobreviveram e está bem”. Horas antes, o Presidente Zelensky tinha dito que havia centenas de vítimas, desconhecendo-se ainda o número de mortos;
  • A Ucrânia espera conseguir abrir, esta quinta-feira, nove corredores humanitários, segundo anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, citada pela Reuters;
  • Houve um novo balanço feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano: a Rússia já perdeu mais de 14 mil soldados e foram abatidos 86 aviões e 108 helicópteros — dados que não são confirmados pelo regime de Vladimir Putin;
  • O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o Presidente chinês Xi Jinping, vão falar esta sexta-feira. E um dos temas é a guerra na Ucrânia. Segundo um comunicado da Casa Branca, os dois líderes vão discutir “a gestão da competição entre os dois países, bem como a guerra da Rússia contra a Ucrânia e outras questões de interesse mútuo”;
  • Já a Turquia está a mover-se com o objetivo de promover um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, segundo a Bloomberg e outras agências noticiosas.

O que se passou durante a noite?

  • Uma pessoa morreu e três ficaram feridas na sequência de um ataque russo contra Kiev. Um míssil russo disparado sobre a cidade foi intercetado pelas forças ucranianas e, já danificado, acabou por cair num edifício residencial, provocando um incêndio;
  • As forças armadas russas bombardearam uma escola na cidade ucraniana de Merefa, na região de Kharkiv. Na manhã desta quinta-feira, não havia ainda registo de vítimas mortais neste ataque;
  • O Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou uma atualização operacional na qual afirma que as tropas russas estão “desmoralizadas” e que tem aumentado o número de militares russos que desertam e recusam participar na guerra;
  • A invasão russa da Ucrânia está “estagnada em todas as frentes”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido. “As forças russas fizeram progressos mínimos por terra, mar ou ar nos últimos dias e continuam a sofrer perdas pesadas”, acrescentou Londres, numa atualização informativa;
  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um intenso discurso televisivo na noite de quinta-feira em que acusou os russos que não apoiam a guerra contra a Ucrânia de serem “traidores” e garantiu que os russos saberão “distinguir os verdadeiros patriotas da escória e traidores, e simplesmente os cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou para as suas bocas”;
  • Também na noite de quarta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky divulgou um discurso em vídeo em que pediu aos soldados russos para se renderem a afirmou que o ataque ao teatro de Mariupol fez “centenas de vítimas”, embora não se conheça o número de mortes;
  • Seis membros do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Reino Unido, França, Albânia, Irlanda e Noruega) pediram uma reunião de emergência do organismo para debater a crise humanitária na Ucrânia. O encontro está marcado para as 15h de Nova Iorque (19h em Lisboa);
  • Ao 22.º dia de conflito, as tropas russas controlam alguns territórios da região oriental da Ucrânia, mas a maioria das principais cidades continuam nas mãos dos ucranianos;
  • O número de refugiados que fugiram da Ucrânia desde o início da guerra já se cifra acima dos 3 milhões de pessoas, de acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

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