Depois da versão homologada para circular na via pública do Valkyrie, de que serão fabricadas 150 unidades, a Aston Martin está agora concentrada na versão de pista, o Valkyrie AMR Pro, mais leve, com mais apoio aerodinâmico e terrivelmente mais eficaz. O hiperdesportivo foi exibido no circuito de Sakhir, no Bahrain, perante o olhar atento da imprensa e de alguns dos interessados nesta “bomba”, de que apenas vão ser construídas 40 unidades, mais do que as 25 inicialmente previstas.

O fim-de-semana de F1 no Bahrain terminou com a Aston Martin a alcançar apenas o 12º e o 17º lugares, respectivamente com Lance Stroll e Nico Hulkenberg. Mas o construtor britânico já tinha conseguido uma saborosa vitória na véspera, quando o Aston Martin Valkyrie AMR Pro deslumbrou pela sua rapidez quem o viu rodar em pista.

O mais desportivo dos Valkyrie vai debitar “apenas” 1000 cv, longe pois dos 1155 cv da versão de estrada, sobretudo pela ausência do sistema KERS (similar ao que equipa os F1) que fornece 162 cv adicionais, cortesia do motor eléctrico. Tão importante quanto a potência é o facto de este nobre 6.5 V12 atmosférico, concebido e construído pela Cosworth, conseguir girar até às 11.000 rpm, emitindo um roncar impressionante na versão de estrada, mas divinal no AMR Pro, por montar um escape directo, sem filtros ou catalisadores.

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Aston Martin inicia entregas do Valkyrie de 2,5 milhões com 1155 cv

Conduzido pelo piloto de testes da marca, Dirk Müller, o carro impressionou nas voltas à pista, com o piloto a garantir que “a versão de pista do Valkyrie está muito próxima do andamento e rapidez de um carro de F1”. Para Müller, “a potência, o comportamento e a aderência são perfeitos”, o que nem sequer é de estranhar, ou não fosse o Valkyrie concebido por Adrian Newey, o mago da aerodinâmica que desenhou os F1 da Red Bull que permitiram a Sebastian Vettel conquistar quatro títulos de campeão mundial e a Max Verstappen vencer em 2021, tendo ficado com o título apesar da FIA reconhecer ter errado.

Se o Valkyrie de estrada é proposto por 2,5 milhões de euros (antes de impostos), o AMR Pro obriga a um investimento adicional de meio milhão de euros. Monta uma carroçaria em fibra de carbono consideravelmente mais ligeira, janelas em “perspex” (um plástico resistente para ser mais leve e seguro, em caso de acidente), discos em carbono para suportar uma utilização intensiva em competição e braços de suspensão em fibra de carbono. Apesar de ter menos potência do que a versão de estrada, o AMR Pro compensa ao ser mais leve, com apenas 1030 kg, o que lhe permite ter uma relação peso/potência de 1kg/1cv.