As tropas russas deixaram, na quarta-feira, de ocupar a central nuclear de Chernobyl, avançaram fontes ucranianas e confirmou depois o Pentágono. Ainda não se sabia o motivo pelo qual um dos alvos militares desde o início da invasão tinha sido libertado, tendo em conta que as forças de Moscovo fizeram, inclusive, mais de 200 funcionários reféns durante quase um mês.

Agora, de acordo com fontes ucranianas, os militares saíram de Chernobyl por sofrerem de envenenamento por radiação, estando a ser tratados num hospital de Gomel, na Bielorrússia, informa o New York Post. Podem sofrer de complicações para o resto da vida.

Yaroslav Yemelianenko, membro da Agência Estatal ucraniana de controlo da zona de Chernobyl, denunciou, na sua conta pessoal do Facebook, que os soldados russos cavaram trincheiras na Floresta Vermelha, uma zona que concentra altos níveis de radiação após o acidente de 1986 e cuja entrada é desaconselhada.

“O inimigo sofreu perdas enormes de pessoal na direção de Kiev e um impacto significativo de radiação em Chernobyl, porque não atendia aos padrões de segurança contra a radiação” no local, sinalizou Yaroslav Yemelianenko. “Se tens o mínimo de inteligência na área militar, estas consequências poderiam ser evitadas”, acrescentou, reforçando: “Existem regras para lidar” com o território da Floresta Vermelha.

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Enquanto controlavam a central nuclear, que — apesar de não produzir eletricidade — contém ainda resíduos radioativos, as forças russas não terão tido cuidado a manusear estes elementos. Ouvido pela Reuters, um dos empregados de Chernobyl relatou que os soldados da Rússia não tinham sequer “conhecimento da catástrofe de 1986”. “Eles não tinham ideia. Eles não tinham ideia em que tipo de local é que estavam.”

“Nós falávamos com soldados. Tudo o que ouvíamos é que era uma ‘infraestrutura importante crítica’“, contou o mesmo trabalhador à agência de notícias.

Forças russas começaram a retirar-se da central nuclear de Chernobyl